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25/07/2017

Artigo relata inícios da prática esportiva no Rio de Janeiro no século 19

Matheus Cruz (Agência Fiocruz de Notícias)


As preocupações ligadas à saúde e à educação foram o que levaram o Rio de Janeiro a começar a praticar ginástica e exercícios físicos no século 19. Essa relação, entretanto, não foi imediata. É o que conta o artigo Relações entre ginástica e saúde no Rio de Janeiro do século XIX: reflexões a partir do caso do Colégio Abílio, 1872-1888, publicado pela revista História, Ciências, Saúde – Manguinhos (vol.23, nº 4), da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz). Os historiadores Victor Andrade de Melo e Fabio de Faria Peres analisam as relações entre as atividades físicas e a saúde no Rio de Janeiro para entender a presença social da ginástica e captar as apreensões que a cercavam no período em discussão.

Esse vínculo entre a saúde e a educação foi construído gradativamente, depois dos conhecimentos sobre a prática terem sido pouco a pouco difundidos por atores ligados à saúde e a instituições referências na área da medicina. Mesmo que os alunos tenham dado outro objetivo à ginástica a partir de suas necessidades, os dirigentes das escolas faziam usos da ginástica por seus próprios interesses. As práticas foram identificadas como ferramenta importante para o desenvolvimento físico, moral e intelectual de crianças e jovens.

Pela falta de abordagens e estudos que analisam a presença da ginástica no cotidiano do Rio de Janeiro na época, os autores buscaram pesquisar como a relação com a saúde surgiu e conduziram o artigo usando como fontes as publicações jornalísticas periódicas da época e o romance O Ateneu, de Raul Pompeia, utilizado para observar as semelhanças da obra com a realidade.

O objetivo da pesquisa foi investigar a presença da educação física nas escolas no período e salientar como o debate sobre a saúde nessas instituições se manifestou no Colégio Abílio, um dos mais prestigiados da época. O estudo concluiu que um dos pontos principais para compreender o ensino da ginástica no âmbito escolar no Rio de Janeiro passa, por certo, pelos discursos pedagógicos e médicos higienistas, que tinham como princípios a disciplina, saúde e a higiene. O artigo foi escrito pelo professor do Programa de Pós-Graduação em História Comparada do Instituto de História, Victor Andrade de Melo, e pelo pesquisador do Laboratório de História do Esporte e do Lazer, Fabio de Faria Peres, ambos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

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