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11/12/2014

Ebola


A doença / Agentes causadores

O vírus ebola pertence à família dos filovírus. Sabemos hoje que existem cinco tipos de vírus ebola, que varia na sua capacidade de causar doenças e na letalidade. O vírus foi descrito a partir de uma epidemia que aconteceu em 1976, com focos na região do Zaire (hoje República Democrática do Congo) e ao sul do Sudão e, até hoje, tem produzido vários surtos no continente africano. Esse vírus foi transmitido para seres humanos que tiveram contato com sangue, órgãos ou fluidos corporais de animais infectados, como chimpanzés, gorilas, morcegos-gigantes, antílopes e porcos-espinhos. Existem cinco espécies de vírus ebola (Zaire ebolavirus, Sudao ebolavirus, Bundibugyo ebolavirus, Reston ebolavirus e Tai Forest ebolavirus), sendo o primeiro o que apresenta a maior letalidade, geralmente acima de 60% dos casos.

Para cada uma das cinco cepas, existe uma variação de letalidade. O surto que está acontecendo agora é causado pela cepa mais letal. Nas primeiras epidemias, a letalidade estava em torno de 90%. No surto atual, o número ainda é alto, entre 50 e 60%. No entanto, muitas pessoas desenvolvem uma forma mais branda da doença.

Sintomas / diagnóstico

O ebola causa febre hemorrágica. O vírus tem um período de incubação de 1 a 21 dias. No início, o paciente apresenta febre, dor de cabeça e mialgia, evoluindo posteriormente para vômitos e diarreia. A fase inicial é inespecífica, mas existe uma evolução relativamente rápida, em alguns pacientes, para a forma hemorrágica grave, na qual há falência múltipla dos órgãos. Também acontece um distúrbio que leva à Coagulação Intravascular Disseminada (CIVD), que ocasiona sangramentos na mucosa, no intestino e no útero. Geralmente, é uma evolução para a forma terminal da doença.

Transmissão

A transmissão só acontece após o aparecimento dos sintomas e se dá por meio do contato direto com sangue, tecidos ou fluidos corporais de indivíduos e/ou animais infectados ou do contato com superfícies e objetos contaminados por esses fluídos. Objeto de uso pessoal, como agulhas e roupas de cama, também podem transmitir. No Brasil, não há circulação natural do vírus ebola em animais silvestres, como em várias regiões da África. O vírus ebola não é transmitido pelo ar.

Cerimônias fúnebres em que os enlutados têm contato direto com o corpo da pessoa falecida, como é comum em comunidades rurais de alguns países africanos, também podem desempenhar um papel importante na transmissão do ebola. Pessoas que morreram de ebola devem ser manipuladas apenas por quem esteja usando roupas de proteção e luvas. O corpo deve ser enterrado imediatamente.

Tratamento

Até o momento, não existe vacina, nem tratamento específico para a cura do ebola.

Situação atual do ebola no mundo

Guiné, Serra Leoa e Libéria foram os países mais afetados pelo surto da doença no ano de 2014. Dos três países, apenas Guiné continua registrando transmissão do ebola. A Organização Mundial da Saúde (OMS) já declarou a interrupção da transmissão da doença na Serra Leoa e na Libéria. O fim de um surto de ebola apenas é declarado oficialmente após o término de 42 dias sem nenhum novo caso confirmado.

A primeira vez que o vírus Ebola surgiu foi em 1976, em surtos simultâneos em Nzara, no Sudão, e em Yambuku, na República Democrática do Congo, em uma região situada próximo do Rio Ebola, que dá nome à doença.

O vírus foi associado a um surto de 318 casos de uma doença hemorrágica no Zaire (hoje República Democrática do Congo), em 1976. Dos 318 casos, 280 pessoas morreram rapidamente. No mesmo ano, 284 pessoas no Sudão também foram infectadas com o vírus e 156 morreram.

Na epidemia de 2014, foram reportados 28.599 casos suspeitos de ebola em Guiné, Serra Leoa e Libéria, com 11.299 mortes. A maioria dos casos aconteceu entre agosto e dezembro de 2014, quando o número de infectados começou a cair nos três países.

Texto revisado pela pesquisadora:
Otilia Lupi, do Instituto Nacional de Infectologia  Evandro Chagas (INI/Fiocruz)

Na AFN

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