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04/11/2009

Em entrevista ao Conasems, Paulo Gadelha destaca as prioridades da plataforma de atuação da Fiocruz


O presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, foi o entrevistado da última edição da revista do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), de agosto-setembro de 2009. Na entrevista, além de contar um pouco de sua trajetória profissional, Gadelha também avalia o modelo de assistência no país; explica como a Fiocruz tem contribuído com os municípios, trabalhando em parceria com os gestores do SUS; comenta os avanços e desafios em relação ao Complexo Econômico-Industrial da Saúde; e fala sobre a crescente presença estratégica da Fundação em nível nacional e internacional.



Um dos temas de destaque da entrevista foi o Complexo Econômico-Industrial da Saúde, algo que sempre existiu e mobiliza cerca de 8% do PIB. “Esse complexo precisa ser redirecionado para as prioridades das políticas sociais e mais especificamente do SUS. É preciso associar as políticas de desenvolvimento industrial com as políticas sociais”, afirmou Gadelha. “É muito importante as pessoas entenderem que o SUS, sem perder nenhuma de suas características centrais, pode ser repensado nessa associação com o complexo produtivo da saúde”, lembrou.


De acordo com o presidente, “temos que recuperar o sentido da principalidade do setor público, não só como ordenador, mas como operador do sistema como um todo”. “Isso não significa exercer essa posição no sentido mais tradicional sobre o papel do Estado. Hoje temos que pensar o Estado de forma muito mais dinâmica, com o papel de indução, coordenação e também de associação entre esfera pública e privada, mas sobretudo como responsável último pela seguridade social e em especial pela saúde”, completou.


Para ilustrar o alinhamento entre Governo Federal, por meio da Fiocruz, e as secretarias estadual e municipal de Saúde, Gadelha citou a experiência no território de Manguinhos, onde a Fundação está à frente de um projeto que busca incorporar mecanismos nos campos da cultura, educação e geração de emprego e renda, trabalhando os processos de identidade e pertencimento à comunidade. “Por delegação da secretaria municipal, a Fiocruz passa a ser a gestora do território de Manguinhos. Essa iniciativa tem um dado muito importante para a Fiocruz, primeiro porque agrega um conjunto de programas da instituição, provocando uma sinergia em relação ao potencial da Fundação”, disse Gadelha à jornalista do Conasems Giovana de Paula.


O presidente destacou, ainda, como a Fiocruz tem se mostrado uma instituição estratégica de Estado, sendo chamada a exercer atividades permanentes do Estado brasileiro no campo nacional e internacional e na área de desenvolvimento. “Essa visão estratégica a longo prazo nos leva na possibilidade de cooperação da Fiocruz com a área de gestão”, ressaltou Gadelha. “Estamos agendando com o Conasems, o Conass [Conselho Nacional de Secretários de Saúde], o Conselho Nacional de Saúde e com a área parlamentar uma série de reuniões para disponibilizar a competência instalada da Fiocruz para estabelecer pautas comuns de pesquisa, de cooperação técnica, que possam ser apropriadas para o conjunto do país”, adiantou.


Ao final da entrevista, perguntado sobre as prioridades de seu trabalho à frente da Fiocruz, Gadelha respondeu: “Estamos inaugurando uma visão de planejamentos decenais ou mesmo para daqui para daqui a 20 anos, embora possa parecer pretensioso. Estou intensamente empenhado para que a Fiocruz entre mais profundamente em determinados campos, como é o caso das viroses emergentes, da neurociência, da neuropatia e das doenças autoimunes. Algumas áreas são fundamentais para o país, como os centros tecnológicos de saúde, que são grandes instrumentos para suprir a lacuna entre o momento da pesquisa e das fases pré-clínicas, até a produção de insumos para a saúde”.


Para ler a íntegra da entrevista (em formato "pdf"), clique no ícone abaixo:




Publicado em 30/10/2009.

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