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21/10/2015

Estudantes completam terceira displina integrada na Fundação

Mariana Alcântara (Fiocruz Bahia)


Após duas experiências de êxito com os temas Bioética e ética em pesquisa e na divulgação científica, e Bioética Clínica, estudantes dos programas de pós-graduação da Fiocruz encerraram a terceira disciplina integrada, desta vez, sobre Bioinformática. Com a participação de alunos e professores do Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz (CPqGM/Fiocruz Bahia), do Centro de Pesquisas René Rachou (CPqRR/Fiocruz Minas), do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), no Rio de Janeiro, da Fiocruz Rondônia e de outras instituições parcerias, a atividade abriu as portas para novos horizontes em termos de ensino e compartilhamento de saberes.

 

De acordo com a vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação (VPEIC/Fiocruz), Nísia Trindade, a palavra-chave que define a ação é “integração”. ”A agenda foi tomada como prioritária após a realização de uma reunião específica sobre a conexão das ações de ensino durante o Fórum das Unidades Regionais, realizado no ano passado, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul”, explicou.   

O encontro contribuiu de forma decisiva para viabilizar a proposta da oferta de disciplinas integradas que, no caso da Bioinformática, foi liderada por Manoel Barral-Netto, da Fiocruz Bahia e Zélia Profeta, da Fiocruz Minas. “No âmbito da coordenação das ações de ensino, estas disciplinas foram definidas como diretrizes para a qualidade e o fortalecimento institucional”, afirmou Nísia Trindade. Para a vice-presidente, “o uso de tecnologias de comunicação à distância, o compartilhamento de recursos educacionais e, sobretudo, o engajamento de gestores, docentes, estudantes e secretarias acadêmicas, estabelece um caminho fundamental para o futuro da ciência, tecnologia e inovação na Fiocruz”.

Avanços na educação

Diretor da Fiocruz Bahia, Manoel Barral-Netto chama a atenção para a viabilidade do novo formato tomado pelas disciplinas integradas, que aproveitam melhor as capacidades de cada uma das diferentes unidades da instituição e atingem também um público disperso em diferentes regiões brasileiras. Para Barral-Netto, esse tipo de oferta permite maximizar a qualidade e a oferta em regiões e locais onde não seria viável montar um curso inteiro, ampliando a capacidade na formação de pessoas. 

A diretora da Fiocruz Minas, Zélia Profeta, também salienta que as disciplinas integradas e à distância são um avanço para a Fiocruz por permitir integração de unidades, programas de pós-graduação, professores e alunos de diferentes locais do país. “Acredito que, com o êxito que obtivemos com essa disciplina, solidifica-se cada vez mais o entendimento de que a Fiocruz é uma só”, disse.

Patrícia Veras, vice-diretora de ensino da Fiocruz Bahia, tem certeza de que a iniciativa abre portas para que, no futuro, os alunos possam acessar as aulas online, por meio de downloads dos vídeos. “Diversos aspectos podem ser explorados nas disciplinas compartilhadas. Você eleva o grau de conhecimento dos alunos, pois possibilita que venham a frequentar disciplinas ministradas apenas por especialistas na área específicas do conhecimento, sem precisar se deslocar de sua cidade. O céu é o limite”, enalteceu.

Da teoria para a prática

Enquanto as duas primeiras disciplinas foram coordenadas pelos pesquisadores Sergio Rego e Marisa Palácios, ambos da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), a concepção e a coordenação da disciplina Bioinformática Integrada ficou sob a responsabilidade dos pesquisadores Luciano Kalabric, da Fiocruz Bahia, Jerônimo Ruiz e Daniela Resende, os dois da Fiocruz Minas. A atividade atendeu não só estudantes de diferentes unidades da Fiocruz, mas também abriu espaço para alunos oriundos de instituições parceiras. As aulas, iniciadas em meados de setembro e encerradas no início de outubro, tiveram como mediadores os professores Artur Queiroz, Daniela Resende, Douglas Valente, Ana Carolina Guimarães, Marcos Catanho, Frederico Guimarães, Jader Malaquias e Pablo Ramos. Ao todo, 80 pessoas se inscreveram. A carga horária total do curso foi de 60 horas, que pode ser aproveitada em qualquer curso de pós-graduação.

A plataforma de Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), baseada no Moodle, norteou as aulas de videoconferência e web conferência, facilitando o acesso de alunos aos recursos do curso e recebendo críticas construtivas para o seu aprimoramento ao longo do processo. De acordo com o professor Luciano Kalabric, a interação entre orador/ouvinte, em tempo real, promovida pelo uso de videoconferência, possibilitou a utilização de técnicas pedagógicas adicionadas às tradicionalmente utilizadas no ensino a distância por computadores.

Com relação à importância da disciplina em si, o professor Jerônimo Ruiz destacou os pontos positivos da biologia computacional. “Mais do que pipelines de análises e algoritmos específicos, a biologia computacional tem fornecido abordagens e procedimentos fundamentais quando se almeja o entendimento de um dos grandes desafios atuais da ciência: a integração da informação genômica visando a extração de conhecimento biológico”, esclareceu. Com base na iniciativa, Ruiz comemorou a aproximação de grupos de pesquisa atuantes em áreas correlatas e com interesse no ensino e na difusão de conhecimento. Segundo ele, como consequência, a capacitação ofertada viabiliza a formação de recursos humanos em uma área estratégica, como a biologia computacional, que ainda carece de fortalecimento.

Continuidade

O diretor da Fiocruz Rondônia, Ricardo de Godoi Ferreira, acredita que o modelo tem se mostrado exitoso e precisa ser aperfeiçoado com todo o apoio da presidência da Fiocruz. “Esta nova forma de ensinar pode ser amplamente utilizada, tanto por disciplinas de grande público, quanto por disciplinas mais especializadas, com temas que, muitas vezes, os alunos mais afastados dos grandes centros de pesquisa não têm acesso”, conclui.

Ainda no mês de outubro, será realizada na Fundação uma reunião da subcâmara de pós-graduação, com o objetivo de realizar um balanço das experiências e propor novas ações e respostas ao importante desafio da integração e compartilhamento nos processos formativos. Ainda está previsto, para o mês de dezembro, o lançamento do Edital de Mobilidade no Ensino de Pós-Graduação.

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