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04/05/2009

Estudo aponta diferenças entre os gêneros em condutas de saúde de universitários

Renata Moehlecke


Em estudo realizado por pesquisadoras da Universidade de Pernambuco (UPE), 382 estudantes, entre 20 e 29 anos, de cursos da área de saúde de universidades públicas de Pernambuco, foram consultados sobre suas condutas de saúde. A pesquisa, publicada em edição recente da revista Cadernos de Saúde Pública da Fiocruz, visava identificar diferenças entre os gêneros e indicou: as mulheres, em geral, apresentam frequências mais baixas de comportamentos de risco, como consumo de álcool, uso de tabaco e de drogas ilícitas, além de porte de arma e envolvimento em briga física.


 Quando se trata de alimentação, as mulheres relataram maior preocupação quanto à auto-avaliação. Em relação à atividade física, os homens de mostraram realizá-las com maior frequência (Foto: UFF)

Quando se trata de alimentação, as mulheres relataram maior preocupação quanto à auto-avaliação. Em relação à atividade física, os homens de mostraram realizá-las com maior frequência (Foto: UFF)


“As condutas de saúde repercutem de forma significativa na qualidade de vida dos indivíduos, especialmente por sua relação com doenças crônicas”, afirmam as pesquisadoras no artigo. “Pode-se concluir que homens e mulheres apresentam condutas de saúde diferentes, sugerindo a necessidade de uma abordagem diferenciada e a elaboração de estratégias de promoção de saúde adequadas a cada gênero”.


Os participantes do estudo faziam parte de cursos de odontologia, medicina, enfermagem, fisioterapia, nutrição, educação física, fonoaudiologia, farmácia e terapia ocupacional. Os resultados também destacaram que, com relação à segurança no trânsito, atitudes de risco, como andar em veículo cujo motorista consumiu bebidas alcoólicas ou dirigir um carro após consumir esse tipo de bebida, não apresentaram diferenças significativas entre os gêneros. Com relação à violência, as condutas descritas apresentaram baixos percentuais, sendo um pouco mais elevada entre estudantes do gênero masculino.


Já quando se trata de alimentação, as mulheres relataram maior preocupação quanto à auto-avaliação. Mas em relação à prática de atividade física, os homens de mostraram realizá-las com maior frequência. Além disso, apesar de a maioria dos estudantes afirmar ter vida sexual ativa, menos da metade dos de gênero masculino relataram o uso de preservativos “na maioria das vezes” ou “sempre”. “Ainda que a maioria que a maioria dos estudantes tenha relatado ter recebido informação durante o curso de graduação sobre prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, as condutas relacionadas à prática sexual mostraram-se inseguras”, comentam as pesquisadoras. “Fica evidente que a abordagem deste tema não foi suficiente, sugerindo que as estratégias devem ser modificadas para que se possa alcançar um melhor resultado em relação ao comportamento sexual seguro dos próprios estudantes”.


As pesquisadoras ainda destacam outro aspecto como relevante. “Independentemente do gênero, deve-se considerar, ainda, que os participantes eram universitários de cursos da área de saúde, que deverão em suas atividades profissionais orientar e aconselhar para a adoção de hábitos saudáveis”, esclarecem elas. “Questiona-se o papel da universidade neste contexto, tanto quanto as implicações das condutas de saúde dos estudantes em sua prática futura”.


Publicado em 4/5/2009.

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