03/11/2011
A Fiocruz em parceria com o laboratório alemão Boehringer Ingelheim produzirá o Pramipexol, medicamento usado para tratamento da Doença de Parkinson. O acordo de transferência de tecnologia foi assinado nesta quinta-feira (3/11) na Fundação. A iniciativa faz parte da Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP), do Governo Federal, que tem como objetivo fortalecer a indústria farmoquímica nacional.
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Martin Nelzow, do laboratório alemão Boehringer Ingelheim, a esquerda, e o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, a direita, selam acordo de transferência de tecnologia para medicamento usado no tratamento da Doença de Parkinson. |
Todo o processo de transferência de tecnologia para o Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos) – unidade técnico-científica da Fiocruz - terá duração de cinco anos. Nos três primeiros, o medicamento será totalmente fabricado pela indústria alemã. Nos últimos dois anos do contrato, Farmanguinhos produzirá 50% da demanda nacional. Ao fim, o Instituto terá o domínio do conhecimento para o desenvolvimento e a produção do medicamento.
Os medicamentos para tratamento da doença de Parkinson são subsidiados pelo Ministério da Saúde, através de repasse financeiro. Em 2010, o Governo transferiu para os estados cerca de R$ 66 milhões para aquisição dos produtos indicados no Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) - específico para essa doença. Em relação ao Pramipexol, no ano passado, foram disponibilizados cerca de R$ 37 milhões às unidades federativas para suprimento da demanda. Portanto, esse acordo permitirá a autonomia na produção, o que deverá ter impacto na redução de custo com a aquisição desse medicamento.
Segundo o diretor de Farmanguinhos, Hayne Felipe, um dos objetivos do acordo é o fortalecimento da indústria farmoquímica nacional, que receberá a tecnologia para a produção do insumo farmacêutico ativo (IFA). “A nacionalização da tecnologia do medicamento e da produção do IFA significa diminuir a dependência internacional”, destaca.
A doença de Parkinson é um dos problemas neurológicos mais comuns. Tem distribuição universal e atinge todos os grupos étnicos e classes socioeconômicas. Estima-se uma prevalência de 100 a 200 casos por 100 mil habitantes. Segundo a Associação Brasileira de Parkinson, existem 200 mil pessoas com a doença no Brasil.
Publicado em 3/11/2011.