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29/01/2006

Fiocruz do Recife é referência em doença de Chagas para o Nordeste

Paula Lourenço


Os diagnósticos de alta complexidade para a doença de Chagas no Nordeste já podem ser feitos no Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães (CPqAM). O Ministério da Saúde (MS) credenciou a unidade da Fiocruz em Pernambuco para esse serviço de referência no final de 2005. O CPqAM tem agora cinco centros de excelência, que trabalham com peste e hantavírus, filariose, controle de culicídeos vetores (mosquitos transmissores de doenças), esquistossomose e leishmaniose. A aprovação se deve à experiência do Centro no diagnóstico da doença, demonstrada ao longo dos anos, quer seja por artigos publicados, palestras conferidas ou diagnósticos realizados para pacientes dos ambulatórios de doença de Chagas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e da Universidade de Pernambuco (UPE).


Os trabalhos são realizados no Laboratório de Imunoparasitologia do Departamento de Imunologia. "Possuímos técnicas que permitem resultados mais conclusivos para detectar se os pacientes são ou não chagásicos", explicou a coordenadora do serviço, a bióloga Yara Gomes, que participou da elaboração de um manual e do vídeo Doença de Chagas - triagem e diagnóstico sorológico em unidades hemoterápicas e laboratórios de saúde pública, da série Telelab, e do Consenso Brasileiro para o diagnóstico da Doença de Chagas, promovidos pelo MS.


A apresentação do novo serviço de referência do CPqAM para a comunidade científica e médica foi feita no 6º Congresso Pernambucano de Doença de Chagas, realizado na capital pernambucana. Yara explicou para os médicos que os diagnósticos de alta complexidade geralmente são solicitados pelo ambulatório de referência regional do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC) da UPE, para avaliação e tratamento da doença de Chagas. Além da parceria com o HUOC, o novo serviço deve trabalhar com o Ambulatório de Doenças Infecciosas do Hospital das Clínicas (HC) da UFPE e com o Hospital Otávio de Freitas.


Segundo Yara, o serviço oferece, ainda, a prestação de consultorias e a capacitação de técnicos para o diagnóstico da doença, que poderá ser iniciada com profissionais dos laboratórios especializados do Recife. Cerca de 200 diagnósticos devem ser feitos durante os seis meses do convênio com a Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do MS que, assim como os demais existentes no próprio CPqAM e em todo o país, é renovável.


A equipe do CPqAM para essa atividade, afora Yara, conta com Valéria Pereira, Alinne Verçosa, Myllena Melo e Mineo Nakazawa, todos envolvidos na capacitação de técnicos para o diagnóstico de Chagas, assim como na realização de testes convencionais e não convencionais para a doença.


A implantação do centro de excelência foi apreciada pela Câmara Técnica de Laboratórios e Serviços de Referência da Fiocruz, depois que o grupo do centro de pesquisas recebeu uma sugestão da própria Coordenação Geral de Laboratórios de Saúde Pública da SVS.

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