12/07/2017
André Costa (Agência Fiocruz de Notícias)
Pesquisadores e movimentos sociais ligados aos direitos humanos, ao meio-ambiente e à saúde se reúnem no Rio de Janeiro, desta quarta à sexta-feira (12 a 14/7), para a oficina Encontro das águas: oficina de diálogos e convergências entre redes. O evento, que conta com organização da Fiocruz e da Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (Fase), tem o objetivo de articular uma rede a partir de diversos movimentos ligados a lutas relacionadas à água, com troca de experiências e identificação de convergências.
Oficina tem o objetivo de articular uma rede a partir de diversos movimentos ligados a lutas relacionadas à água (foto: André Costa)
Na abertura do evento, o vice-presidente de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde da Fundação, Marco Menezes, afirmou que iniciativas como essa visam reforçar ainda mais a proximidade da Fiocruz com movimentos sociais. “Temos buscado aproximar ainda mais a instituição de movimentos sociais e da sociedade civil organizada, e queremos a participação direta deles em nossas ações. O objetivo dessa oficina é fomentar o debate e gerar subsídios para as próximas agendas em torno desse tema”, disse.
André Burigo, professor da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), ressaltou que a oficina tem importância especial por acontecer um ano antes do Fórum Mundial das Águas, que será realizado em Brasília. Paralelamente a este, está previsto também o Fórum Alternativo Mundial das Águas; segundo Burigo, a oficina pode ser útil para a formulação de uma agenda para este segundo evento. “O tema das águas precisa ser enfrentado de forma articulada. A ideia para este encontro aconteceu por conta disso, como víamos este bem comum sendo apropriado pelo capital”, afirmou.
Representando a Fase, Maiana Maia disse esperar que as diferentes perspectivas presentes - tanto de movimentos sociais quanto da academia - produzissem um diálogo fecundo. “Nossa motivação é construir um espaço propício para criar caldo que fortalecerá nossas lutas. Temos vários desafios, como nossas diferenças, como a regional, por exemplo. Mas temos também a água na vida de cada. Estaremos aqui experimentando uma reflexão conjunta, onde diálogo e reflexão podem ter continuidade”.
Água na capital fluminense
A primeira mesa apresentou debates sobre a situação ambiental da Baía de Guanabara e as razões de sua poluição, com participação de Alexandre Anderson, da Associação Homens e Mulheres do Mar, Cleonice Puggian, do Fórum dos Atingidos pela Indústria do Petróleo e Petroquímica nas cercanias da Baía da Guanabara, e Aécio Oliveira, da Assembleia Popular das Águas do RJ.
A sessão começou com exibição de trecho do filme Toxic Guanabara (2016):