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15/10/2010

Fiocruz indicará trabalho inovador que combate a malária para prêmio


O Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) vai participar do Prêmio Péter Muranyi 2011 com o trabalho Novo medicamento contra a malária produzido e registrado no Brasil. O Artesunato+Mefloquina (ASMQ) é um medicamento inovador usado no combate à malária. Hoje se tornou um bem público, distribuído gratuitamente aos pacientes brasileiros e está disponível a preço de custo ao setor público dos países endêmicos.


 

 São necessários apenas dois comprimidos por dia, durante três dias, para se chegar à cura da doença<BR><br />
(Foto: Peter Ilicciev) 

São necessários apenas dois comprimidos por dia, durante três dias, para se chegar à cura da doença

(Foto: Peter Ilicciev) 


Esta participação tem por objetivo estimular a divulgação da pesquisa científica no Brasil. Para o coordenador do projeto Fact (sigla em inglês para combinação em dose fixa de artemisinina) em Farmanguinhos, Érico Daemon, participar do prêmio é uma forma de divulgar a importância e o sucesso em se estabelecer parcerias para o desenvolvimento de medicamentos inovadores e de impacto social. “Isso mostra o reconhecimento internacional do Brasil, de Farmanguinhos/Fiocruz e pesquisadores envolvidos no desenvolvimento do ASMQ”, destaca. 


Da demanda brasileira ao registro internacional


O ASMQ é fruto de uma parceria estratégica entre Farmanguinhos e a Iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas (DNDi), que desenvolveram o  projeto Fact.  Uma combinação em dose fixa de Artesunato (AS) e Mefloquina (MQ) responde às necessidades dos pacientes, sendo o primeiro produto inovador para doenças negligenciadas totalmente desenvolvido e registrado no Brasil.


Enquanto Farmanguinhos inicia a segunda entrega do medicamento para atender a demanda brasileira para 2010, o processo para o registro internacional se encontra em avaliação para a pré-qualificação na OMS. O antimalárico é registrado no Brasil desde 2008, mas a pré-qualificação internacional permitirá que o medicamento possa ser disponibilizado aos demais países endêmicos, principalmente América Latina e Sudeste Asiático.


O tratamento é indicado no Manual de Terapêutica da Organização Mundial da Saúde (OMS), com um esquema simples e inovador. O medicamento é o primeiro a ser desenvolvido também para crianças abaixo de um ano em esquemas terapêuticos específicos e com embalagens diferenciadas por faixa etária, contendo quatro apresentações baseadas em idade e peso. O ASMQ é o primeiro medicamento de combinação em dose fixa a base de artesunato com prazo de validade de três anos, o que facilita a sua armazenagem e distribuição.


Avaliação satisfatória do medicamento inovador


Os resultados preliminares do primeiro ano da avaliação demonstraram o impacto significativo do ASMQ empregado em condições de uso programático. Após introdução da combinação em dose fixa em municípios da região norte do país, o número de pacientes caiu de 32.829 em 2006 a 9.921 em 2007, representando uma redução de 69,8%. Além disso, registrou-se uma queda de 62.1% nas hospitalizações por malária para o mesmo período.


Publicado em 13/10/2010.

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