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26/08/2011

Fiocruz Pernambuco investiga dados sobre dengue entre bebês

Fabíola Tavares


Muito já se sabe sobre a dengue em adultos, mas entre os bebês poucos são os dados sobre ocorrência, distribuição, propagação e controle conhecidos no Brasil. A maioria dos estudos com esse enfoque é realizada em países do sudeste asiático, região com altos níveis de incidência (número de casos novos) da doença. No país não há muitas informações sobre o comportamento da doença entre os brasileirinhos. Com a proposta de preencher parte dessa lacuna, a Fiocruz Pernambuco iniciou uma pesquisa exploratória que tem como objetivos saber qual a incidência da dengue nos menores de um ano; qual o anticorpo (proteína que atua na defesa do organismo) materno é transferido ao bebê com mais frequências, se o DEN-1, o DEN-2 OU DEN-3; como é a dinâmica dessas proteínas nos bebês, qual a frequência de mães com esses anticorpos e até quantos meses de vida eles permanecem no organismo da criança.


 No total, 400 crianças serão acompanhadas nesse estudo. 

No total, 400 crianças serão acompanhadas nesse estudo. 

 



Segundo Cynthia Braga, pesquisadora da Fiocruz Pernambuco e coordenadora do estudo, a identificação desse último dado permitirá conhecer a partir de que idade o bebê se torna suscetível à doença, devendo tomar a vacina da dengue, quando ela estiver disponível no mercado. As gestantes participantes da pesquisa estão sendo recrutadas no pré-natal e na maternidade do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip), instituição parceira no projeto. Na hora do parto o sangue delas e do cordão umbilical dos bebês é coletado para ser analisado. No total, 400 crianças serão acompanhadas nesse estudo. Duzentas serão examinadas e terão sangue coletado no segundo, no sexto e no décimo mês de vida. Outras duzentas, no quarto, oitavo e décimo segundo mês.



Até completarem um ano, sempre que tiverem febre, todas essas crianças receberão acompanhamento médico da equipe da pesquisa para que seja investigado se elas têm dengue. Para isso bastará a mãe entrar em contato com a equipe. “E mesmo que o bebê tenha sintomas de outra doença o sangue será coletado para confirmarmos ou descartarmos a possibilidade de ser dengue. Nessa faixa etária, o diagnóstico da dengue é difícil porque ela se confunde com outras doenças”, explica Cynthia. A pesquisa está sendo financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).



Publicado em 22/08/2011.

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