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14/09/2015

Fotos de favelas cariocas são tema de exposição e seminário

Philippe Matta (VPEIC/Fiocruz)


A Fiocruz, o Ministério da Cultura e o Museu da República promovem o seminário O Rio que se queria negar: as favelas do Rio de Janeiro no acervo de Anthony Leeds nos dias 22 e 23 de setembro. Composto também por uma exposição fotográfica, o evento faz parte da programação dos 450 anos da cidade, e pretende promover o debate sobre a presença histórica das favelas. A atividade acontece no Museu da República, na capital fluminense (Rua do Catete, 153 - Catete).

Leeds fotografou diversos aspectos da vida cotidiana em diferentes favelas do Rio de Janeiro, entre as quais a Favela do Urubu (Foto: Anthony Leeds)
 

A partir da pesquisa realizada por Anthony e Elizabeth Leeds na década de 1960, quando foram levadas a cabo políticas de remoção, o evento visa incentivar uma ampla reflexão sobre questões como a economia das favelas, sua integração à cidade, as mudanças ocorridas em seu espaço físico e as políticas públicas mais relevantes, entre outros temas.

As inscrições para o seminário devem ser feitas pelo site www.seminarioleeds.fiocruz.br, que entra no ar em 14 de setembro, às 17h. A abertura do evento está marcada para as 16h de 22 de setembro. Às 19h do mesmo dia, será inaugurada a exposição, que fica em cartaz até 10 de janeiro de 2016.

No dia 23 de setembro, encerrando o seminário, será relançado o livro A Sociologia do Brasil Urbano, um clássico dos estudos urbanos no País de autoria conjunta de Anthony e Elizabeth Leeds.

A exposição

A exposição traz ao público o acervo fotográfico do antropólogo norte-americano Anthony Leeds, cedido por sua viúva à Casa de Oswaldo Cruz. As imagens, muitas delas inéditas, exploram a estrutura das favelas cariocas e suas dinâmicas internas sob o olhar do antropólogo, que morou nas favelas do Tuiuti e Jacarezinho, e pesquisou mais de cem favelas do Rio de Janeiro.

Entre as fotos, estão registros de favelas já removidas, como Macedo Sobrinho, antes localizada no bairro do Humaitá, Zona Sul da capital fluminense. É possível também encontrar imagens datadas da década de 1960, de comunidades já tradicionais, como a Rocinha e o Jacarezinho. As fotos acompanham uma história e análise enriquecedora da antropologia e sociologia fluminense e brasileira.

A mostra será dividida em duas partes: Uma localizada no jardim externo do Museu da República, com entrada franca, exibindo as imagens exemplificadas anteriormente; e outra na parte interna do Museu, onde estarão expostos alguns manuscritos do antropólogo, fotografias de Anthony Leeds e sua viúva, a cientista política Elizabeth Leeds, nas favelas fazendo suas observações de campo; e ainda uma projeção de imagens do acervo.

O evento tem o patrocínio master na Nortec Química, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, e gestão executiva da Sociedade de Promoção da Casa de Oswaldo Cruz (SPCOC). A iniciativa conta com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e tem como parceiros a Fotosfera Rio e a Disarme Gráfico.

Para mais informações, contate seminarioleeds@fiocruz.br.

Programação do seminário:

22 de setembro de 2015

16h - Mesa de abertura

16h30 - Mesa 1 - A contribuição da pesquisa de Anthony Leeds para as ciências sociais no Brasil.
             Coordenação: Nísia Trindade Lima.

A mesa reunirá especialistas no tema e que tiveram convívio com Anthony e Elizabeth Leeds. Participarão desta mesa: a cientista política Elizabeth Leeds, coautora da obra A Sociologia do Brasil Urbano, presidente de honra do Fórum de Segurança Pública; Lícia do Prado Valladares, pesquisadora visitante da Uerj (RJ); José Arthur Rios, do IGHB; Ivonne Maggie e Luis Antônio de Castro Santos. Cada expositor terá 30 minutos. Após a exposição de todos, haverá um intervalo de 10 minutos seguido de debate com o público.

19h - Inauguração da exposição

23 de setembro de 2015

9h30 – Modos de ver as favelas na cidade do Rio de Janeiro
            Coordenação: Aline Lopes Lacerda.

A mesa buscará promover um debate em torno de diferentes visões sobre as favelas ao longo do tempo com vistas a lançar luz sobre o lugar/papel das favelas na cidade. Participantes: Mauro Amoroso, Maria Inez Turazzi e Bianca Freire Medeiros.

10h30 - Exibição do filme Tá Tudo Errado

11h -  Fontes para a história das favelas do Rio de Janeiro
          Coordenação: Ana Luce Girão e Rachel Viana

Tendo como mote o trabalho desenvolvido na organização dos documentos do Arquivo Anthony Leeds, a mesa pretende contribuir para o debate sobre experiências de pesquisas e os usos das fontes, em seus mais diversos suportes, sobre as favelas do Rio de Janeiro. Participantes: Paulo Knauss (UFF) e Marize Cunha, pesquisadora do Departamento de Endemias da ENSP e da equipe do Laboratório Territorial de Manguinhos.

12h -  Debate com o público e os componentes das duas mesas

13h - Almoço

15h– A atualidade de a Sociologia do Brasil Urbano
        Coordenação: Mariana Cavalcanti (IESP/UERJ)

Reunirá trabalhos de jovens pesquisadores que tem excelentes trabalhos sobre a favela em diferentes recortes e abordagens. Participantes: Rafael Soares Gonçalves, Samuel Oliveira e Eugênia Motta

16h– Debate

16h30 – Memória e museus em favelas: poéticas, políticas e práticas contemporâneas.
              Coordenação: Mario Chagas – Museu da República

A mesa abordará um fenômeno contemporâneo relacionado com o exercício do direito à memória e ao museu em favelas e comunidades populares, colocando em destaque os protagonistas dessas experiências. Participantes: Antônia Ferreira – Museu de Favela (RJ), Claudia Rose Ribeiro da Silva – Museu da Maré (RJ), Marlúcia Santos de Souza – Museu Vivo de São Bento/Secretaria Municipal de Educação de Duque de Caxias (RJ). Debatedora: Regina Abreu – Uirio (RJ)

17h30 – Debate

19h - Lançamento da segunda edição do livro A Sociologia do Brasil Urbano

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