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12/06/2009

Medicamento é eficaz para prevenir tuberculose em pacientes com HIV

Renata Moehlecke


Em estudo publicado na mais recente edição da revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, pesquisadores do Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas (Ipec/Fiocruz) avaliaram a efetividade, a segurança e a aderência ao uso do medicamento izoniazida (INH) no combate à incidência de tuberculose em pacientes com HIV. Os resultados apontaram uma aderência à terapia de 87,7% e, após o término de todo o tratamento, apenas um dos 138 participantes apresentou indícios da doença.


 


 Imagem estilizada do HIV em 3D

Imagem estilizada do HIV em 3D


 


“A infecção pelo vírus HIV representa um importante desafio para o controle da tuberculose”, afirmam os pesquisadores no artigo. Eles acrescentam que uma das estratégias recomendadas, atualmente, pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para a prevenção da doença seria a introdução do INH na terapia de pacientes HIV soropositivos. “Ainda são raros no Brasil experimentos que auxiliem a profilaxia da tuberculose a partir de meios químicos, um fator que sustenta a importância de dados concretos sobre a efetividade e segurança de estratégias preventivas”, destacam os estudiosos.


 


Para a pesquisa, foram selecionados pacientes do próprio Ipec, que apresentaram uma faixa etária média de 40 anos e que estavam infectados com ambas as doenças.  Os pesquisadores monitoraram os participantes uma vez por mês durante seis meses – tempo mínimo de administração de doses diárias recomendado pelo Ministério da Saúde (MS) – e, após esse período, uma vez a cada seis meses por um máximo de cinco anos. “O uso de INH em conjunto com a terapia antirretroviral em pacientes infectados com HIV é associada com uma redução significativa da incidência de tuberculose”, explicam os estudiosos. “Nenhum dos pacientes apresentou tuberculose após a admissão ou durante os primeiros 30 dias de administração de INH”. Eles ainda comentam que o único paciente que teve sintomas da doença os apresentou nove meses depois do final de todo o tratamento.


 


Além disso, cerca de 12,3% dos pacientes sofreram efeitos adversos devido a o tratamento com INH, sendo os mais frequentes náuseas, coceiras e secura na boca, que duraram, em média, de três a cinco dias. A pesquisa também apontou que o risco relativo de efeitos adversos foi 4,6 vezes maior em pacientes que também tinham hepatite C, se comparados com os que não tinham essa doença. “Este estudo fornece evidências no que diz respeito à efetividade e segurança de um regime curto e auto-administrado de INH”, enaltecem os pesquisadores. “Recomendamos a implementação dessa rotina nos serviços de saúde”.


 


Publicado em 10/6/2009.

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