Início do conteúdo

25/11/2015

Mesa-redonda debate ciência, políticas públicas e ação social

César Guerra Chevrand


A interface entre ciência, políticas públicas e ação social foi o tema da mesa-redonda Produção social da saúde e da vida, na segunda-feira (16/11), no auditório do Museu da Ciência, no campus da Fundação Oswaldo Cruz em Manguinhos, no Rio de Janeiro. O debate faz parte da programação do Seminário Internacional Determinantes Sociais da Saúde, Intersetorialidade e Equidade Social na América Latina, promovido pela Fiocruz e pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS).

A iniquidade em Saúde foi apontada como um dos principais entraves ao desenvolvimento da América Latina (Foto: Raquel Portugal (Multimeios/Icit)
 

A mesa-redonda moderada pelo coordenador do Centro de Relações Internacionais em Saúde (Cris/Fiocruz), Paulo Buss, contou com a participação de convidados internacionais e do pesquisador da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz) Luis David Castiel. “Esse seminário acontece em um momento importante para repensarmos a conexão entre saúde e desenvolvimento, tanto no nível local quanto global”, declarou Buss.

Na abertura dos trabalhos, Eugenio Villar Montesinos, médico e coordenador da Organização Mundial da Saúde (OMS), em Genebra, afirmou que promover a associação entre pesquisa e formulação de políticas públicas é fundamental para o enfrentamento das desigualdades sociais na América Latina. “Reduzir a iniquidade em saúde ainda é um grande desafio para o desenvolvimento social e econômico da região”, afirmou Montesinos.

A diretora da Fundação para o Desenvolvimento da Saúde Pública da Colômbia (Fundesalud), Ligia de Salazar, citou a sua experiência de dez anos no município campestre de La Cumbre para discutir o impacto dos Determinantes Sociais em Saúde (DSS) em nível local na América Latina. “Para a construção de políticas públicas efetivas contra a iniquidade social é preciso fortalecer a sociedade civil na sua relação com o governo”, afirmou Salazar.

Na mesma linha, o pesquisador da Ensp Luis David Castiel utilizou diagramas circulares com informações esquemáticas para fazer críticas à história natural da doença e recuperar a historicidade dos processos de adoecimento. Com a apresentação de diferentes mandalas, Castiel disse que a determinação social da saúde é um instrumento analítico. “Trata-se sobretudo de um aporte teórico das relações entre o social e a saúde que se constitui como uma referência conceitual para a configuração de políticas públicas”, completou.

O encontro também contou com a participação da ex-senadora e ex-ministra Ideli Salvatti, atual assessora de Acesso a Direitos e Equidade da Organização dos Estados Americanas (OEA).

Voltar ao topo Voltar