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20/04/2017

Pesquisadora da Fiocruz PE é destaque na revista Time

CCS e Fiocruz Pernambuco


A pesquisadora da Fiocruz Pernambuco Celina Turchi foi escolhida uma das cem pessoas mais influentes do mundo pela revista norte-americana Time. A tradicional lista de cem personalidades é escolhida anualmente e reúne nomes de todas as áreas da sociedade, desde o poder público às artes, passando por jovens inovadores e líderes religiosos. A homenagem é celebrada com um jantar de gala, que reúne pessoas de destaque na política, tecnologia, ciências, filantropia, mídia, negócios e entretenimento. O evento será na próxima terça-feira (25/4), no Jazz at Lincoln Center, em Nova York.

Incluída na seção de “pioneiros” da lista, a matéria diz que Turchi é “apaixonada, focada e um modelo de liderança e colaboração global necessário para proteger a saúde humana”. Segundo a revista, a pesquisadora “compreendeu que esta era uma crise global, que exigia cooperação global, buscando então especialistas de todo o mundo, promovendo seu trabalho e colaboração no Brasil, e compartilhando abertamente o que ela e seus colegas descobriam para que o mundo pudesse aprender sobre a ameaça sem precedentes”.

A Time afirma também que os estudos de Turchi integraram uma “investigação de emergência que provou definitivamente que o vírus zika causa microcefalia, algo que muitos céticos duvidavam”. O texto diz ainda que, embora ainda haja muito que não saibamos sobre a doença, como por exemplo alguns fetos desenvolvem microcefalia e outros não, ou então como prevenir danos neurológicos provocados pelo vírus, o trabalho de Celina “e sua parceria com outros cientistas está levando o mundo mais perto de responder esta e outras perguntas cruciais”.

Natural de Goiás, Celina tem 64 anos, é médica e PhD em epidemiologia das doenças infecciosas. Coordena o Grupo de Pesquisa da Epidemia de Microcefalia (Merg), que desenvolve o primeiro estudo caso-controle relacionando o vírus zika com essa doença. O Merg é formado por cerca de 30 pesquisadores oriundos da Fiocruz PE, Universidade de Pernambuco, Universidade Federal de Pernambuco, Secretaria de Saúde de Pernambuco, Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, Fundação Altino Ventura, Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD) e Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip).

Para a pesquisadora, foi uma grata surpresa receber a indicação da Time. “Compartilho essa homenagem com a equipe de pesquisadores profissionais de saúde do Merg, que atuaram na linha de frente da investigação da epidemia de microcefalia, que teve o seu espectro ampliado e hoje é denominada Síndrome da Zika Congênita”, declarou.

A presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, afirmou que a indicação reconhece os esforços da Fiocruz para combater a emergência de saúde pública.  "Esta mais recente homenagem a Celina é motivo de orgulho não só para a Fiocruz, mas para a ciência do Brasil. O trabalho de Celina e de outros de nossos pesquisadores levou a descobertas fundamentais para enfrentar o zika. Esta nomeação reconhece o compromisso da Fiocruz com a saúde pública brasileira, e demonstra que estudos aqui desenvolvidos nada ficam a dever aos de qualquer lugar do mundo"

Reconhecida no ano passado pela revista científica Nature como uma das dez personalidades mais influentes da ciência - única brasileira a constar nesta listagem - Celina recebeu em março o prêmio Faz Diferença, na categoria Personalidade do Ano, do jornal O Globo, ao lado da médica paraibana Adriana Melo. Recebeu também em março a Medalha do Mérito Heroínas do Tejucupapo, concedida pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) – Seção Pernambuco, entre outras premiações.

O diretor do Instituto Aggeu Magalhães (IAM/Fiocruz Pernambuco), Sinval Brandão Filho, vê com satisfação mais um reconhecimento do trabalho liderado por Celina, com apoio da direção do Instituto Aggeu Magalhães, em fazer a articulação dos grupos de pesquisa do instituto com os colegas de outras instituições, como as universidades Federal e Estadual de Pernambuco (UFPE e UPE), Imip e os hospitais que participam das coortes. “Fomos convocados pelo Ministério da Saúde e a Secretaria Estadual de Saúde, quando surgiu a epidemia de zika, a fazer um verdadeiro mutirão para responder à compreensão desse novo problema de saúde pública”, explicou. “E o reconhecimento dado pela Nature no final do ano passado e agora pela Time magazine vem reafirmar todo o empenho e o êxito do trabalho realizado para comprovar a associação do vírus zika com os casos de microcefalia.”

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