25/10/2006
O ano era 1966. O Brasil fora eliminado da Copa do Mundo da Inglaterra e adiava a aguardada festa pelo tricampeonato mundial de futebol. O presidente do Brasil, marechal Castello Branco, fechava o Congresso Nacional. Acontecia o golpe de estado que instaurava uma ditadura na Argentina. Nesta mesma época, a Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp) instalava-se no campus da Fiocruz, em Manguinhos. A Ensp passava a integrar a Fundação Ensino Especializado em Saúde Pública (Fensp) e começava a gerir a Unidade de Treinamento Germano Sinval Faria, que mais tarde tornou-se o Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria (CSEGSF). O Centro chega agora aos seus 40 anos, que serão comemorados desta quinta-feira (26/10) até 1º de novembro. Uma semana inteira de atividades para comemorar estas quatro décadas.
A equipe do Centro de Saúde da Ensp, que tem atualmente como chefe Else Bartholdy Griebel, pesquisou a história da unidade e identificou que o primeiro administrador das áreas de treinamento da Fensp, Hugo Coelho Barbosa Tomassini, tomou posse em 14 de outubro de 1966. Desde então, houve outros nove chefes, incluindo a atual. Desde sua criação, o CSEGSF teve como finalidade atender prioritariamente a população moradora no Complexo de Manguinhos, na Zona Norte do município de Rio de Janeiro, onde está localizado, e ser campo de ensino e pesquisa para a Ensp e a Fiocruz. O CSEGSF tem como missão a assistência, o ensino e a pesquisa. Contribuir para que estas três importantes áreas se articulem tem sido o grande desafio da unidade.
Atualmente, o Centro de Saúde trabalha com a responsabilidade sanitária de uma área geograficamente definida, em Manguinhos. Dentro deste contexto, atende a 100% da população residente. Em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, mantém um convênio que cobre 80% das comunidades vizinhas com equipes de Saúde da Família. Os 20% restantes são atendidos com processos de trabalho diferentes por equipes do quadro próprio do CSEGSF.
Else conta que Germano Sinval Faria foi um sanitarista que ocupou o cargo de diretor-geral do Departamento Nacional de Endemias Rurais. “Sua característica de trabalho tinha um mérito singular de reunir equipes de profissionais para realizar investigações e análises científicas e raro era o trabalho em que aparecia como único autor, uma vez que seus ensinamentos se convertiam em corpo coletivo de pensamento. Morreu no exercício do trabalho, em companhia do secretário da Saúde de Minas Gerais”, recorda.
“Estamos conseguindo recuperar a história do CSEGSF graças a entrevistas com cinco ex-chefes (Tizuko Shikaiwa, Maria Cristina Figueiredo, Antonio Sergio Almeida, Maria de Fátima Lobato e Marcos Bessermann), funcionários ativos e inativos, além de usuários membros de nosso Conselho Consultivo, e seus depoimentos estarão na exposição Linha do tempo”, destaca Else.
A Linha do tempo a que Else se refere é uma das atividades da semana comemorativa do Centro de Saúde. Estão previstas ações de cidadania, exposições, mostras científicas e eventos culturais. A programação conta, também, com uma mostra cultural sobre a herança negra e a Feira da Cidadania, onde estarão em exposição pinturas e esculturas criadas pelos moradores de Manguinhos. A educação também estará presente durante a semana em oficinas sobre DST/Aids, atenção ao idoso, dependência química, alimentação saudável e outras.
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Fonte: Informe Ensp