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14/09/2021

Estudo sobre aplicação da vacina em pessoas com comorbidades divulga dados

Caroline Soares (Instituto de Pesquisa Clínica Carlos Borborema)


O CovacManaus alcançou a etapa de seis meses de acompanhamento dos participantes e divulgou na segunda-feira (13/9) os primeiros dados do estudo. Entre os vacinados, 91% apresentaram anticorpos detectáveis após a primeira dose e 99,8% após a segunda dose. Somente 2,6% tiveram infecções confirmadas por Covid-19. Entre as principais comorbidades estão a obesidade (72%) e a diabetes (54%). Para a equipe de pesquisadores, os dados avaliados são positivos e reforçam a importância da população continuar se vacinando. O objetivo principal do estudo é identificar se a aplicação da vacina em pessoas com comorbidades terá impacto na prevenção das formas graves da Covid-19.

“Mesmo com uma queda na transmissão da Covid-19 em Manaus é importante lembrar que a população vacinada no estudo é de pessoas que apresentam comorbidades. Portanto, esperávamos uma quantidade maior de infectados e hospitalizados entre esses mais de 5 mil participantes”, destacou o coordenador do estudo, Marcus Lacerda, pesquisador do Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia). 

Após os seis primeiros meses de acompanhamento, o CovacManaus entra na fase de monitoramento. “É de extrema importância que cada participante compareça para fazer a coleta de exames, conforme agendamento realizado pelo nosso call center, para que possamos ter o entendimento da necessidade, por exemplo, de um reforço dessa vacina”, explica o pesquisador. De acordo com a nota técnica 27/2021 do Ministério da Saúde, idosos e imunossuprimidos demonstram maior vulnerabilidade à Covid-19, mesmo após a vacinação completa. O CovacManaus está desenvolvendo parcerias para promover o reforço vacinal dos participantes e seguir com o acompanhamento.

O CovacManaus

A pesquisa é coordenada pela médica infectologista da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD) e pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Maria Paula Mourão, e por Marcus Lacerda. O estudo, iniciado em março de 2021, aplicou 10.158 doses da vacina CoronaVac doadas pelo Instituto Butantan.

Participam da pesquisa trabalhadores da educação da rede pública e privada, da Secretaria de Segurança Pública (polícias Militar e Civil, Detran e Corpo de Bombeiros) e trabalhadores terceirizados da UEA, Seduc e Semed, com idades entre 18 e 49 anos, que atuam em Manaus. O estudo conta com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam); doação das vacinas pelo Instituto Butantan; e parceria da UEA, das secretarias estaduais de Saúde (SES-AM), de Educação e Desporto (Seduc) e de Segurança Pública (SSP-AM), da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS/AM), da Prefeitura de Manaus e do ILMD/Fiocruz Amazônia.

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