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16/09/2022

Filme da Fiocruz será exibido em festival brasileiro na França

VideoSaúde Distribuidora (Icict/Fiocruz)


O índio cor de rosa contra a fera invisível: a peleja de Noel Nutels, documentário do acervo do Selo Fiocruz Vídeo (da VideoSaúde Distribuidora), será exibido neste final de semana em Paris, numa das principais mostras de produções brasileiras no exterior: o festival Brasil em Movimentos (BEM). Em sua 18ª edição, o festival, segundo seus organizadores, destaca as imagens e questões de lutas sociais, histórias e memórias brasileiras tecendo essa poderosa rede de resistência e arte. De 15 a 18 de setembro no cinema Les Sept Parnassiens e no dia 29 de setembro no cinema Le Saint-André des Arts, em Paris, o Brasil em Movimentos apresenta doze filmes, oito dos quais em estreia na França.

Clique na imagem para assistir o filme no YouTube ou acesse a Plataforma de Filmes em Acesso Aberto da VideoSaúde da Fiocruz
 

O festival Brasil em Movimentos, de acordo com os organizadores, pretende apresentar as imagens e questões de lutas sociais, histórias e memórias brasileiras tecendo essa poderosa rede de resistência e arte. Este ano, o BEM apresenta ao público uma rica seleção de filmes e debates baseados principalmente em cinco eixos temáticos, as sessões e debates terão como tema principal a resistência dos movimentos: negros, mulheres, povos indígenas, LGBTQIA+ e a luta por acesso à habitação.

Segundo os organizadores da mostra, “por sua originalidade, pesquisa envolvida, relevância estética e temática, convidamos o filme O índio cor de rosa contra a fera invisível: A Peleja de Noel Nutels para a sessão especial Ecofalante dentro desse relevante festival de cinema brasileiro em Paris”. 

Imagens e voz que falam por si só

O índio cor de rosa contra a fera invisível: a peleja de Noel Nutels traz um dispositivo narrativo bem original na sua concepção. O sanitarista Noel Nutels percorreu o Brasil tratando da saúde de indígenas, ribeirinhos e sertanejos. Filmou muitas de suas expedições. Em 1968, foi convidado a falar sobre a questão indígena à CPI do Índio. Imagens inéditas do seu acervo e o único registro de sua voz se unem para denunciar o que ele chamou de massacre histórico contra as populações indígenas.  

Lançado no final de em 2019 pelo Selo Fiocruz Vídeo (da VideoSaúde Distribuidora), O índio cor de rosa contra a fera invisível: a peleja de Noel Nutels já foi selecionado em mais de 14 festivais de cinema do Brasil e do exterior. Entre os quais, o DOC Barcelona, o Festival de Havana, o Festival Biarritz Amérique Latine (França), o Festival Internacional de Cinema de Cartagena (Colômbia), o Festival de Cine Latinoamericano en Lenguas Originarias (Peru), o Festival de Vila do Conde (Portugal), o Festival Internacional de Documentarios de Buenos Aires, entre outros. No Brasil, passou em diferentes espaços, como a Mostra Ecofalante, a Mostra de Cinema de Ouro Preto, o Olhar de Cinema de Curitiba, DOC BH, Arquivo em Cartaz (Rio de Janeiro), o DOC SP. 

Conquistou três prêmios no renomado Festival Biarritz Amérique Latine: o de melhor documentário escolhido pelo público, uma menção honrosa do júri e o prêmio do Instituto de Altos Estudos Latino-americanos de Paris. Além disso, foi eleito melhor filme da mostra competitiva ibero-americana do Festival Internacional de Documentários de Buenos Aires, o Fidba, realizado em setembro. 

Feito com base no único registro de voz do sanitarista judeu brasileiro Noel Nutels — o depoimento dado em 1968 à CPI do Índio, onde discursa sobre o que chamou de “massacre histórico dos povos indígenas” —, o filme foi produzido pela VideoSaúde Distribuidora da Fiocruz e pela Banda Filmes, após ser selecionado no seu edital de fomento à produção de audiovisuais em saúde, o Selo Fiocruz Vídeo.

Não só o discurso atual e contundente de Nutels chama a atenção no longa, mas as preciosas imagens de arquivo em filmes de 16mm, cerca de 90% filmadas pelo próprio sanitarista-cineasta entre as décadas de 1940 e 1970, quando percorreu o interior do Brasil atendendo populações indígenas, sertanejas e ribeirinhas. “A grande inspiração que nos guiou o tempo todo veio dos filmes do Noel e das ideias que ele expõe naquele depoimento tão poderoso”, explica o diretor Tiago Carvalho. Os outros 10% são imagens do Major Thomaz Reis, que acompanhava Marechal Rondon em suas expedições, do Heinz Forthman, cineasta de enorme importância para o cinema etnográfico brasileiro, e do Humberto Mauro, um dos pioneiros do cinema no Brasil. 

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