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30/12/2020

Fiocruz expande parcerias na área de pesquisa

Erika Farias (CCS/Fiocruz), com colaboração de Aryanne Valenzuela (Escritório de Captação de Recursos da Fiocruz)


Em 2020, a pandemia de Covid-19 mostrou ao mundo a necessidade de investimentos em pesquisa e saúde. Na Fiocruz, o programa de doação e captação de recursos Unidos Contra a Covid-19, voltado para ações de enfrentamento do novo coronavírus, recebeu diversos prêmios pela alta capacidade de mobilização dos diversos setores da sociedade. Para além dos projetos que envolvem a pandemia, o Escritório de Captação de Recursos da Fiocruz, vinculado à Vice-Presidência de Gestão e Desenvolvimento Institucional (VPGDI/Fiocruz), tem trabalhado ativamente para viabilizar iniciativas em outras áreas de pesquisa, por meio dos Programas Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (Pronon) e Nacional de Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa com Deficiência (Pronas/PCD).

O Pronas/PCD e o Pronon foram instituídos pelo governo federal em 2012 para incentivar ações e serviços desenvolvidos por entidades, associações e fundações privadas sem fins lucrativos. Ambos são implementados mediante incentivo fiscal, de empresas e indivíduos, que podem direcionar parte do seu IR devido para ações como pesquisas. A Fiocruz captou recursos pela primeira vez por meio desses programas em 2019, no valor de R$ 6,5 milhões. Em 2020, três projetos foram aprovados. O coordenador do Escritório de Captação de Recursos da Fiocruz, Luis Fernando Donadio, comemora. “Fecharemos o ano com 100% de captação para esses projetos. Foram nove parcerias firmadas e R$ 14,5 milhões arrecadados, o que demostra o potencial de crescimento desta linha de captação, que deve se expandir ainda mais em 2021”, contabiliza.

O coordenador de Parcerias com Empresas do Escritório de Captação da Fiocruz, Fabio Sacramento, avalia que em 2020 houve um grande avanço nas parcerias para realização dos projetos de pesquisa da Fundação. “Se por um lado a pandemia gerou uma crise financeira sem procedentes, por outro, ajudou o mundo, em especial o Brasil, a enxergar a importância do investimento em pesquisa”, afirma.

Funcionamento da rede

A construção deste programa de captação, liderada pelo Escritório de Captação de Recursos da Fiocruz, levou cerca de três anos. A primeira etapa foi a certificação da Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico em Saúde (Fiotec) junto ao Ministério da Saúde (MS), habilitando-a a ser proponente de projetos via Pronon e Pronas. Em seguida foi necessária a articulação da rede Fio-Câncer na elaboração de uma chamada direcionada aos pesquisadores da Fiocruz para submissão de projetos, até que fosse possível ser iniciada a etapa de captação.  

Luis Fernando Donadio explica como funciona a chamada. “O Escritório identificou na Lei de Incentivo à Saúde uma nova forma de ampliar a sustentabilidade para os projetos e programas desenvolvidos pela Fundação no campo da oncologia e da pessoa com deficiência. Todos os anos fazemos uma chamada interna para apresentação de novos projetos Pronas, que são avaliados pela Vice-Presidência de Produção e Inovação em Saúde (VPPIS), e a Rede Fio-Câncer, para projetos Pronon.  Estes, por sua vez, são submetidos ao Ministério da Saúde (MS) via Fiotec, e sendo aprovados, entram em nosso portfólio de captação anual”.

Um dos coordenadores da Rede Fio-Câncer, Martin Bonamino, ressalta a importância dos recursos para a consolidação da própria rede. “Os investimentos oriundos da captação têm sido bem importantes, pois permitem que os projetos comecem a voar, ganhem autonomia, e que a Rede possa multiplicar seus esforços”, afirmou. 

O diretor-executivo da Fiotec, Hayne Felipe, explica que a Secretaria Executiva do Ministério da Saúde publica anualmente portaria que estabelece prazos e critérios de apresentação das propostas. “Para submissão ao Pronon, é preciso que os pesquisadores apresentem proposta de projeto à Rede Fio-Câncer. Já para o Pronas, a apresentação deve ser feita por meio da Vice-Presidência de Produção e Inovação em Saúde (VPPIS). Nos dois casos, os projetos serão encaminhados à Fiotec, onde os pesquisadores receberão toda orientação e suporte para construção da proposta a ser apresentada à Coordenação de Projetos de Cooperação Nacional”.

Projetos contemplados em 2020

Integrando o Big Data, DrugBank e Plataforma de ensaios 3D para validação do reposicionamento de fármacos para o tratamento oncológico recebeu R$ 6,28 milhões. “A submissão desse projeto ao Pronon exigiu um esforço muito grande de toda a equipe técnica e de pesquisa envolvida. Essas foram as primeiras atuações da Fiocruz Bahia na submissão de projetos em leis de incentivos fiscais e contar com o apoio da equipe do Escritório de Captação foi fundamental para o êxito no processo de aprovação e captação desses recursos”, afirma a analista de projetos Lorena Moreno P. Castro Mattos, do Núcleo de Excelência em Gestão de Projetos (NEGP), do Instituto Gonçalo Muniz (IGM/Fiocruz Bahia).

O projeto O Futuro no tratamento de doenças neurodegenerativas recebeu R$ 3,2 milhões. Segundo Lorena, o estudo visa encontrar novas terapias e medicamentos que possam promover melhora ou reduzir a evolução dessas doenças causadoras de deficiências graves. “Atualmente, não existem medicamentos disponíveis para tratar essas infecções e há uma necessidade médica não satisfeita para a descoberta de novas terapias”, afirma. 

Outro projeto contemplado com R$ 4,6 milhões foi o CAT-BRA: uma abordagem brasileira para avaliação da genômica da catarata infantil. De acordo com Hayne Felipe, a definição de um painel genético brasileiro (CAT-BRA) possibilitaria a criação de uma investigação genômica para essas doenças no cenário nacional, o que contribuiria para a aplicação de terapias personalizadas. “O Escritório de Captação auxiliou em todo o processo de construção da proposta nos moldes do programa, acompanhamento e resposta das diligências”, disse o diretor da Fiotec.

Os pesquisadores da Fiocruz que quiserem mais informações sobre a submissão de propostas podem entrar em contato com a área de iniciação de Projetos da Fiotec por meio do endereço iniciacaoprojetos@fiotec.fiocruz.br; com a Sociedade de Promoção da Casa de Oswaldo Cruz (SPCOC), pelo spcocadm@fiocruz.br; ou com a Rede Fio-Câncer, por meio do site.

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