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22/09/2020

Fiocruz lamenta falecimento do professor Luiz Antônio Machado da Silva

Ricardo Valverde (Agência Fiocruz de Notícias)


A Presidência da Fiocruz manifesta seu pesar pelo falecimento, na segunda-feira (21/9), do professor Luiz Antônio Machado da Silva, professor do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Iesp-Uerj), onde trabalhava desde 1974. Ele orientou muitos pesquisadores da Fiocruz e fazia parte do Conselho Editorial do Dicionário de Favelas Marielle Franco, sob responsabilidade do Icict/Fiocruz. Machado da Silva morreu por complicações da Covid-19, aos 79 anos.

Referência nos estudos do trabalho, da violência e da sociologia urbana, estava dedicado ao ensino e à pesquisa em Sociologia e em Antropologia há mais de 50 anos. Machado da Silva foi responsável pela formação de diversas gerações de pesquisadores. Ele fez graduação em Sociologia e Política pela PUC do Rio de Janeiro (1963), especialização em Ciências Sociais pela Universidade Federal da Bahia (1964), mestrado no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional, em 1971, e doutorou-se em Sociologia, em 1979, pela Rutgers – Universidade do Estado de Nova Jersey (EUA). Ele fez dois pós-doutorados no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (2006 e 2011).

Machado da Silva era professor aposentado do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Era coordenador-executivo do UrbanData/Brasil, membro do Observatório das Metrópoles, do Núcleo de Estudos sobre Cidadania e Violência, do Laboratório de Etnografias Metropolitanas e líder do Coletivo de Estudos sobre Violência e Sociabilidade.

Quando descrevia os diferentes momentos de sua produção acadêmica, Machado da Silva distinguia quatro temáticas centrais, todas voltadas para diferentes formas de sociabilidade de camadas populares urbanas: habitações populares e favelas; movimentos sociais urbanos e seus paradigmas; trabalho e informalidade; representações sociais da violência urbana e segregação urbana. Também fã de literatura, entre seus livros preferidos estavam as obras de Émile Zola e Jean Paul Sartre.

Entre suas publicações recentes estão as coletâneas Vida sob cerco – violência e rotina nas favelas do Rio de Janeiro (2008), que ele organizou, Fazendo a cidade – trabalho, moradia e vida local entre as classes populares urbanas (2016) e O mundo popular: trabalho e condições de vida (2018). Em 2016 recebeu o Prêmio de Excelência Acadêmica em Sociologia Antonio Flavio Pierucci, concedido pela Anpocs.

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