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07/10/2016

Fiocruz recebe acervo de pioneiro da biofísica e da genética

André Costa (CCS/Fiocruz)


Quase 30 cadernos de folhas quadriculadas, contendo ideias, intuições e descobertas reveladoras da história da ciência no Brasil: esta é a mais nova aquisição do acervo arquivístico da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), que na quinta-feira (6/10) recebeu a doação do acervo de Darcy Fontoura de Almeida (1930-2014), pioneiro da biofísica e da genética no país.

O presidente da Fundação Oswaldo Cruz, Paulo Gadelha, homenageou a viúva de Darcy, Suely Spiguel (Foto: Peter Ilicciev / CCS)

 

A trajetória profissional do cientista se ramifica por diferentes áreas da ciência e da saúde nos últimos 60 anos do país, sendo tão vasta e variada que por vezes se confunde com a própria história da pesquisa no país.

Darcy foi, entre muitos outros: professor titular do Instituto de Biofísica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); membro do Conselho Edital da Fiocruz; membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC); cofundador da Revista Ciência Hoje; membro do Conselho Científico Consultivo do Ministério da Ciência e Tecnologia; ganhador de inúmeros títulos, incluindo a medalha Carlos Chagas Filho e o pertencimento à classe Grã-Cruz, da Ordem Nacional do Mérito Científico.

Em cada uma destas realizações, o pesquisador era acompanhado por seus inseparáveis cadernos, em que metodicamente registrava os andamentos de suas pesquisas e ideias a serem aprimoradas. Eles incluem, por exemplo, apontamentos sobre a introdução da computação genética no país, ou ainda sobre a importância da divulgação científica para popularização da ciência.

Na assinatura do termo de recebimento, o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, aproveitou para anunciar que, após o encerramento de seu segundo mandato como presidente, ao final de 2016, se dedicará a trabalhar com o acervo, organizando-o em um produto editorial como um livro ou um especial jornalístico. “Iremos atrás da multiplicidade de Darcy: o homem de ciência, elegante e rigoroso, de cultura vasta. Trabalharemos para prolongar este legado”, disse Gadelha. “Agradecemos muito a generosidade e a confiança de Suely [Spiguel, viúva de Darcy], pela doação desse acervo de extrema expressão para a ciência do Brasil”, afirmou.

Ao ir para a Casa de Oswaldo Cruz, o acervo de Darcy Fontoura de Almeida retorna para o lugar que testemunhou algumas de suas notas derradeiras: na última década de vida, o pesquisador frequentou o arquivo com frequência quase diária, pesquisando sobretudo documentos sobre o também cientista Carlos Chagas Filho (1910-2000).

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