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18/05/2018

Workshop aborda 'fake news' e comunicação científica nas redes

Isabela Pimentel (Bio-Manguinhos/Fiocruz)


Para apresentar os desafios da comunicação científica em tempos de redes sociais, foi realizado no 6º Seminário Anual e Científico de Bio-Manguinhos (SACT) um workshop sobre o tema, que contou com a presença de especialistas da Fundação e da academia. Para iniciar o debate, a coordenadora da comunicação do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) Renata Ribeiro trouxe dados recentes sobre doenças como sarampo e febre amarela e a recente ocorrência de boatos na internet e redes sociais, em um contexto de informação e desinformação em massa. "Temos trabalhado a comunicação no sentido de monitorar e acompanhar os desafios atuais", afirmou.

A coordenadora de Comunicação da Fiocruz, Elisa Andries, elogiou a iniciativa do encontro e a oportunidade que ele representa para conhecer novas práticas e o que vem sendo estudado na academia. "Lidamos com muitas crises e uma das estratégias foi a criação da Sala de Situação em 2017. Nela, trabalhamos a importância do alinhamento das fontes de informação, com cada uma consciente do seu papel", afirmou.

Andries destacou o caso da febre amarela, quando, diante de boatos sobre a doença em macacos e a eficácia da vacina foi preciso ser rápido e utilizar novos canais, como o Whatsapp, para disseminar os esclarecimentos prestados pela Fundação e embasados por suas fontes. 

Ela também destacou outras iniciativas feitas durante o gerenciamento da crise, como a produção de reportagens especiais, vídeos e pílulas de informação para as redes sociais. "Vídeos curtos com especialistas, posts específicos e realização de uma transmissão ao vivo no Facebook foram outras estratégias", complementou. 

A coordenadora da Comunicação de Bio-Manguinhos/Fiocruz, Renata Ribeiro, destacou a importância da Sala de Situação e falou sobre a ação de criação de um briefing para auxiliar as fontes do Instituto. "Além disso, também foi fundamental a existência de manuais e portarias para unificar o discurso, visto que temos um corpo de 1.600 funcionários", acrescentou. A diretora da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Ivana Bentes, fez uma contextualização sobre a propagação de fake news e boatos na área de saúde afirmando ser um momento de crise nas instituições tradicionais e uma mudança nos regimes de verdade. "Em meio a uma pluralidade de vozes, acabamos tendo muito ruído gerado nas redes sociais, por isso, as instituições precisam se apropriar desses canais para chegar ao cidadão”, complementou. 

E nesse cenário de novas fontes de opinião, a credibilidade da informação com respaldo científico é vital, como complementou a jornalista e pesquisadora Luisa Massarani. "Precisamos levar a ciência além dos muros e discutir as controvérsias também, oferecendo ao cidadão pistas para a construção do conhecimento. Não somos os donos da ciência, mas nosso papel é levar informação de qualidade adiante", conclui.

Confira as notícias e a cobertura completa do 6º SACT aqui

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