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19/04/2021

Pesquisadores da Fiocruz identificam novas espécies de maruins

Marlúcia Seixas (Fiocruz Amazônia)


Três novas espécies de maruins (Atrichopogon) com asas pintadas da família Ceratopogonidae (Diptera: Culicomorpha) foram identificadas por pesquisadores do Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia). Os achados se deram próximo a Presidente Figueiredo, município da Região Metropolitana de Manaus (AM).

A descrição dos maruins se encontra no artigo Description of three new species of biting midge of the genus Atrichopogon Kieffer (Diptera: Ceratopogonidae) from Brazilian Amazon, publicado recentemente pelo periódico científico Zootaxa, que tem como autores os pesquisadores Emanuelle de Sousa Farias, Sanmya Silva dos Santos, Jokebede Melynda dos Santos Paulino-Rosa, e Felipe Arley Costa Pessoa.

As novas espécies foram encontradas na área do Projeto de Assentamento Rio Pardo, que fica na BR-174, onde funciona uma base de apoio às pesquisas da Fiocruz Amazônia. Segundo Felipe Pessoa, nessa área antropizada encontram-se diversos vetores e arbovírus, incluindo-se o Oropouche, no entanto, os pesquisadores ainda não fizeram a detecção de arbovírus nas novas espécies.

Felipe Pessoa trabalha com maruins no Rio Pardo desde 2014, e lembra que  já foram identificadas na localidade 89 espécies. “Uma diversidade altíssima, considerando que os Culicoides possuem distribuição mundial, com exceção da Antártida e Nova Zelândia, e possuem 1.368 espécies registradas sendo que 299 ocorrem na região neotropical, cerca de 150 no Brasil e destas, 123 na Amazônia brasileira. A família que se incluem os maruins, Ceratopogonidae, é grande e bem diversa, quase todos sugam sangue de vertebrados, ou sangue de invertebrados (hemolinfa). Alguns ao sugar hemolinfa de outros insetos, acabam o matando, sendo assim, considerados predadores. Vários gêneros de maruins predadores inclusive atacam maruins sugadores de sangue”, explica o pesquisador.

Felipe Pessoa alerta que “o controle de maruins é um pouco mais difícil que os de mosquitos, já que podem usar outros criadouros, além de corpos aquáticos, como solo bem úmido, troncos de bananeira, esterco seco de gado etc. São muito atraídos por animais domésticos, então, manter afastados plantações de bananeiras, currais e galinheiros, portanto, borrifar inseticida no terreiro e usar repelentes são formas tradicionais de combate”.

As três novas espécies de Atrichopogon foram descritas e ilustradas pelos pesquisadores e receberam destes os nomes de Atrichopogon janseni sp. nov.A. riopardensis sp. nov.; e A. sergioluzi sp. nov. Os nomes foram escolhidos em homenagens a pesquisadores entomólogos que atuam na Amazônia e à população de Rio Pardo (AM). 

A pesquisa recebeu apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).

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