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12/11/2021

Fiocruz e Secretaria Municipal de Educação discutem parcerias

Ciro Oiticica (Agência Fiocruz de Notícias)


Futuras parcerias entre a Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro (SME) e a Fiocruz foram o tema de conversa, na última quarta-feira (10/11), entre a presidente da Fiocruz Nísia Trindade Lima, a vice-presidente de Educação, Comunicação e Informação Cristiani Machado e o Secretário Municipal de Educação Renan Ferreirinha na Residência Oficial da Fiocruz. Diferentes iniciativas de parte a parte foram apresentadas para que se pensasse em possíveis ações conjuntas. 

Renan Ferreirinha exaltou a Fiocruz e disse que sempre foi associada à excelência (foto: Pedro Paulo Gonçalves / Fiocruz)

 

Renan Ferreirinha iniciou a conversa destacando o alcance da rede municipal de escolas do Rio de Janeiro, maior até do que a de São Paulo. São 1.500 escolas, o que faz delas o equipamento público com maior capilaridade no município. A campanha Vacina Maré foi lembrada, parceria da SME e da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) com a Fiocruz e a organização da sociedade civil Redes da Maré. A SME contribuiu com campanhas de incentivo à vacinação nas 45 escolas do Complexo da Maré, região com a maior quantidade de equipamentos educacionais na cidade, segundo o secretário. A presidente Nísia revelou a intenção de aprofundar a integração da Fiocruz com os territórios da cidade, a começar pelo seu entorno. Renan Ferreirinha exaltou a Fiocruz e disse que sempre foi associada à excelência. Um dos objetivos da conversa foi então associar essa excelência à capilaridade dos serviços públicos municipais. 

Uma possível forma de fazê-lo, segundo o secretário, seria por meio de atividades extracurriculares. Ele apresentou alguns projetos e falou da importância da escola inclusive para o acesso a serviços públicos básicos, como a garantia de segurança alimentar. Resgatar alunos da evasão escolar por meio da retomada do vínculo com a escola, recuperar a aprendizagem que, de acordo com avaliações, regrediu bastante durante a pandemia e promover o reforço escolar, inclusive com essas atividades extracurriculares, seriam os eixos do atual momento na educação municipal. Diferentes cursos, de línguas, programação e atividades científicas completariam a grade curricular e estas poderiam contar com a contribuição da Fiocruz.

Vice-presidente de Educação, Comunicação e Informação, Cristiani Machado apresentou então diferentes iniciativas da Fiocruz, como o Programa Saúde na escola (PSE), além da elaboração de um documento para o retorno seguro às aulas. Ela mencionou também o Programa de Vocação Científica (Provoc), o Meninas na Ciência e iniciativas de divulgação científica promovidas pelo Museu da Vida, como o Parque da Ciência, a realização de peças teatrais e o Ciência Móvel, um caminhão com exposições que visita escolas da cidade.

A Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio-Ambiente foi evocada, por alcançar escolas de todo o país. Já em sua 11ª edição, ela abrange alunos da 5ª série ao Ensino Médio e oferece oficinas pedagógicas aos professores, para que envolvam as turmas em trabalhos coletivos que possam ser apresentados no evento. Com a retomada das aulas presenciais, a Olimpíada é também uma oportunidade, de acordo com a presidente Nísia Trindade Lima, para transmitir segurança aos professores. Consoante a visão abrangente que marca a Fiocruz, essa Olimpíada vai além do entendimento tradicional da ciência e se estende a expressões artísticas.

Possíveis parcerias

Alguns projetos foram então pensados de forma mais pontual para parcerias. A articulação de iniciativas de transporte de alunos de parte a parte para facilitar o acesso a atividades, o acesso a plataformas virtuais gratuitas com o compartilhamento de conteúdos produzidos em cada instituição e o próprio envolvimento de alunos e professores na produção desses conteúdos foram tratados. Renan Ferreirinha ainda interessou-se em divulgar na rede pública municipal de ensino o acesso à Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (ESPJV/Fiocruz), que prevê diferentes tipos de cotas, inclusive para estudantes dessa rede.

Por fim, foram apresentados ao secretário de Educação os resultados da iniciativa Doses de Gentileza, que reuniu cartas escritas por crianças de escolas públicas endereçadas à Fiocruz. Nas cartas, as crianças expressaram seus sentimentos a respeito do momento difícil da pandemia, que incluíram agradecimentos aos profissionais da saúde e pesquisadores. Em breve, haverá um esforço da comunidade da Fiocruz para responder às cartas. Isso levou Ferreirinha a recordar o projeto municipal Conselhinhos da Cidade, que incentivou alunos de diferentes zonas do município a desenharem a paisagem do caminho da escola e contrastarem com outro desenho, que representasse a paisagem que gostariam de ver. O tipo de abordagem suscitou um comentário da presidente Lima, que sugeriu a investigação do imaginário infantil como indicador para a análise e planejamento de projetos. 

Após esse primeiro encontro, que serviu para apontar caminhos, decidiu-se por uma reunião de trabalho, com um número maior de atores das duas organizações. O objetivo é levar adiante algumas possibilidades levantadas e encaminhar iniciativas segundo diferentes horizontes de tempo. 

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