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08/12/2021

Debate aborda direitos humanos e juventude na pandemia

Everton Lima (IFF/Fiocruz)


Nesta quinta-feira (9/12) a Agenda Laranja do Instituto Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) promove o último debate do ano, com o tema Direitos humanos, juventude e saúde sexual e reprodutiva na pandemia de Covid-19. O evento será transmitido pelo canal da Agenda Laranja no YouTube. O encontro será mediado por duas integrantes do grupo Motirõ, Juliana Machado e Milena Mota. A organização do evento é uma parceria com o grupo Motirõ, o Grupo de Trabalho de Mulheres de Medicina de Família e Comunidade da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) e a Anis – Instituto de Bioética. O coordenador da Agenda Jovem da Fiocruz, André Sobrinho, também vai abordar a 2ª edição do projeto Jovens Investigadores em Juventude e Saúde.

No evento de terça-feira o foco foi  a pesquisa que identificou que os problemas menstruais foram o principal motivo de saúde que levou cerca de 22 mil meninas a deixar de trabalhar, ir à escola, brincar, ou realizar afazeres domésticos
 

A sessão foi idealizada no contexto do Dia Internacional dos Direitos Humanos, comemorado em 10 de dezembro. Nessa data, em 1948, a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) foi proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas, reconhecendo que "a dignidade é inerente à pessoa humana e é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo".

Dentro desse contexto, a Agenda Laranja promoveu na terça-feira (7/12) um encontro que abordou o tema Incomodada ficava a sua vó: vamos falar de dignidade menstrual. A sessão tratou de um evento fisiológico que, se é natural na vida das mulheres, é ainda um assunto cheio de tabus, complexo e culturalmente produzido. De acordo com o estudo Pobreza menstrual no Brasil: desigualdade e violações de direitos, lançado em maio de 2021 pelo Fundo de População das Nações Unidas (Unfpa) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), no Brasil, 713 mil meninas vivem sem acesso a banheiro ou chuveiro em seu domicílio e mais de 4 milhões não têm acesso a itens mínimos de cuidados menstruais nas escolas.

Nesse sentido, o Unfpa e a Unicef alertam que “a ausência de condições sanitárias mínimas para que as pessoas possam lidar com sua menstruação afeta a dignidade, a integridade corporal, a saúde e o bem-estar, sendo um desrespeito aos direitos humanos e uma condição que distancia o país do alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), como o ODS 3, relacionado à saúde e ao bem-estar; o ODS 6, referente ao acesso a água potável e saneamento; e o ODS 5, sobre igualdade de gênero e empoderamento de meninas e mulheres”.

O encontro contou com a presença da oficial de projetos do Unfpa, Anna Cunha, da professora do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ) Joyce Alves da Rocha e da pesquisadora do Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas e Direitos Humanos em Saúde e Saneamento, do Instituto René Rachou (IRR/Fiocruz Minas), Priscila Neves Silva. Assim como ocorreu em 2020, na série Agenda Laranja Mais Meninas, o evento sobre dignidade menstrual teve a participação de jovens do grupo Motirõ, com a mediação de Maria Eduarda Bento e Estephane Gonçalves.

Agenda Laranja

A Agenda Laranja é uma iniciativa do IFF/Fiocruz que, desde 2016, promove atividades com o intuito de construir uma cultura institucional voltada ao enfrentamento às várias formas de violência contra mulheres e meninas e a promoção da igualdade de gênero, entendendo que para tal é necessário refletir sobre gênero, saúde, sexualidade e direitos humanos. A iniciativa é coordenada pelos professores e pesquisadores do IFF Corina Mendes e Marcos Nascimento. O grupo Motirõ tem sido fundamental na organização das edições da atual série da Agenda Laranja que, devido a pandemia de Covid-19, foi adaptada para o formato virtual, seguindo as medidas de prevenção para evitar a propagação do vírus.

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