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30/06/2022

Fiocruz registra seu apoio à campanha Vacina Mais

Fernanda Marques (Fiocruz Brasília)


“As vacinas são produto da atividade científica e estão entre as grandes conquistas da civilização, que permitem hoje uma maior expectativa de vida. A Fiocruz tem por missão compartilhar esse conhecimento para o SUS e a saúde global, e se empenha historicamente para que as vacinas estejam presentes no Brasil. Mas não é possível pensar em vacina sem vacinação. Vacinação tem que ser um compromisso de poder público e sociedade. Por isso, essa campanha não pode mesmo parar”. Com essas palavras, a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, saudou o lançamento da campanha Vacina Mais, realizado na quarta-feira (29/6) na sede de Brasília da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (Opas/OMS). Faça o download dos materiais da campanha.

Em sua fala, Nísia também lembrou cartas recebidas pela Fiocruz, durante a pandemia, com homenagens aos profissionais da Fundação feitas por crianças de escolas públicas municipais do Rio de Janeiro, gesto carinhosamente chamado de “doses de gentileza”. “Vacinas são doses de esperança, proteção e cuidado. Vacina Mais é um objetivo da Fiocruz, e queremos que seja um objetivo de toda a sociedade brasileira. Vamos juntos!”, reforçou.

A campanha conta com o apoio de várias entidades e instituições que, assim como a Fiocruz, participaram do evento. Representantes da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), Confederação Nacional dos Agentes Comunitários de Saúde (Conacs), Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), entre outros, demonstraram sua adesão à campanha durante o evento.

Houve, ainda, saudações à Vacina Mais por meio de depoimentos gravados em vídeo. Foi o caso do assessor científico do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) e um dos maiores especialistas em vacinas no mundo, Akira Homma. “Sim, precisamos vacinar mais, porque as coberturas vacinais estão baixas há muitos anos. Temos que vacinar mais contra poliomielite, sarampo e todas as outras vacinas que estão no calendário básico do Programa Nacional de Imunizações (PNI)”, indicou.

Ele falou também de outro projeto, o Reconquista das Altas Coberturas Vacinais, em desenvolvimento pela Fiocruz, a Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm). “Estamos trabalhando diretamente na ponta, nos 16 municípios do Amapá e 25 municípios da Paraíba, pela reconquista das altas coberturas vacinais”, disse. O projeto “Reconquista” e a campanha compartilham o mesmo propósito. “Queremos vacinar mais. Vamos vacinar mais, gente!”, convocou. 

No auditório da Opas/OMS foram apresentados alguns exemplos de peças de comunicação da Vacina Mais para redes sociais e impressão, voltadas a diferentes públicos, para que mantenham sempre a caderneta de vacinação atualizada. As peças ficarão disponíveis em acesso aberto nos sites das organizações que assinam a campanha. “Precisamos vacinar mais do que estamos fazendo agora”, resumiu a representante da Opas/OMS no Brasil, Socorro Gross.

Além de serem seguras, prevenirem doenças e salvarem vidas, as vacinas estão disponíveis gratuitamente no “nosso grandioso SUS, em todos os estados e municípios”, destacou Gross. “Vacinas são um bem público mundial que ninguém pode tirar de nós. Vacinas protegem você, sua família e toda a comunidade. Essa campanha representa a soma de esforços para impulsionar a vacinação, em nível comunitário, alcançando toda a população e elevando a cobertura vacinal”, definiu.

Para Fernando Pigatto, presidente do CNS, é fundamental a mobilização que os conselhos promovem nas comunidades. “O gráfico de queda da cobertura vacinal não mostra números: são pessoas que adoecem, que morrem”, frisou. Embora a campanha não tenha prazo para terminar, Pigatto lançou um desafio: que seus resultados sejam apresentados na próxima Conferência Nacional de Saúde, marcada para julho de 2023. Até lá, a expectativa é “uma onda de comunicação e mobilização sobre a importância da vacinação”, conforme propôs Nésio Fernandes de Medeiros Junior, presidente do Conass.

São esperados resultados significativos, na medida em que, em vez de iniciativas isoladas, a campanha Vacina Mais representa uma união de esforços. Conselhos federais, sociedades médicas, divulgadores científicos, representantes da indústria e de organizações religiosas, entre outros, marcaram presença no evento e registraram seu apoio. “Se uma doença pode ser prevenida por vacina, não é aceitável que uma criança morra porque não recebeu essa proteção; não é aceitável que uma doença eliminada volte; não é aceitável a desinformação”, completou o presidente do Conass.

Para a coordenadora-geral do Programa Nacional de Imunizações (PNI), Adriana Lucena, a campanha Vacina Mais é um movimento forte, de diversos setores, que contribuirá para fortalecer o PNI e retomar sua história de sucesso, com ações coordenadas e integradas. “Desde a reintrodução do sarampo, ainda não conseguimos controlá-lo novamente”, lamentou. “Divulgar e capilarizar informações de qualidade para a população é fundamental, porque a desinformação está chegando mais rápido”, afirmou.

Foi lembrado durante o evento que os trabalhadores do SUS já aplicaram mais de 500 milhões de doses das vacinas de Covid-19 nos braços dos brasileiros, medida fundamental no enfrentamento da pandemia. “O SUS é um patrimônio nacional, está sendo reconhecido e devemos aproveitar este momento a favor da vacinação”, sugeriu o presidente do Conasems, Wilames Bezerra. Ele também destacou que, embora o lançamento da campanha seja um marco, as mensagens sobre a importância da vacinação precisam se fazer presentes no dia a dia. “É nosso compromisso socializar essa campanha para que as pessoas, de fato, procurem as unidades de saúde para se vacinar”, frisou.

Também presente no lançamento, o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Daniel Fernandes Pereira, comentou o êxito da transferência de tecnologia e produção nacional pela Fiocruz da vacina Oxford-AstraZeneca. Já Meiruze Freitas, diretora da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), reforçou o compromisso da instituição em assegurar que “as vacinas que chegam aos brasileiros têm segurança, qualidade e eficácia”. 

Além de Nísia Trindade Lima e Akira Homma, a Fiocruz esteve representada no lançamento por Fabiana Damásio, diretora da Fiocruz Brasília; Maurício Zuma, diretor de Bio-Manguinhos; Paulo Garrido, vice-presidente da Asfoc-SN; e os sanitaristas, professores e pesquisadores Gerson Penna e Lucia Souto, ele ex-secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, ela presidente do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes).

Acesse a íntegra da gravação do evento.

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