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04/05/2023

Fiocruz Mata Atlântica promove roda de conversa sobre autismo

Isis Breves (Fiocruz Mata Atlântica)


“Filho especial também se educa e temos que dar autonomia, seja qual for a deficiência da criança, pois os pais não vão durar para sempre”, esse foi o relato impactante de Patrícia Gomes, mãe da Anna Sofia de 11 anos, autista e que teve seu diagnóstico para o Transtorno de Espectro Autista (TEA) aos três anos. É o desafio diário de dar uma educação, autonomia, acolhimento e tratamento e, principalmente, da luta contra o preconceito que mães como Patrícia vivenciam desde que recebem o diagnóstico. Anna Sofia é uma das crianças atendida na Obra Social Dona Meca (OSDM) há oito anos. Ela tem o sonho de ser paleontóloga e trabalhar com pesquisa sobre fósseis de dinossauros. 

Nesse universo, a Fiocruz Mata Atlântica (FMA) promoveu (27/4) uma roda de conversa com mães de crianças autistas atendidas na OSDM. A Obra atende cerca de 200 crianças com deficiência e está localizada na Taquara, zona Oeste do Rio de Janeiro. Na ocasião, estiveram presentes representantes do Museu Bispo do Rosário, do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) do território e do Escritório Técnico de Saúde Humana (ETSH) da Fiocruz Mata Atlântica, com o objetivo de levar ao público informações sobre o acesso aos dispositivos do território, garantia de Direitos e acolhimento das famílias. 

“O objetivo dessa roda de conversa foi, por meio da intersetorialidade dos serviços do território, conversar sobre temas de saúde, assistência, arte terapia e serviços públicos prestados no território com famílias de crianças e jovens atendidos na Obra Social Dona Meca. Os representantes dos dispositivos locais apresentaram brevemente seus serviços e, a partir dos anseios e necessidades dos participantes, esclareceram muitas dúvidas. A Fiocruz dialogou sobre sua atuação no território e sobre a importância da vacina para a prevenção de doenças. Com material enviado pela Clínica da Família Arthur Bispo do Rosário, foi a mediadora no processo de parceria entre as instituições e, juntamente, com os profissionais da OSDM mediou a roda de conversa”, explica Isabel Bonna, coordenadora do ETSH.

Centro de Referência de Assistência Social

Coordenadora de Assistência Social do Cras, Isabel Bonna tirou todas as dúvidas sobre acesso aos benefícios, quais unidades e outros serviços o Cras oferece no território a essas famílias. O Museu Bispo do Rosário divulgou quais atividades a instituição disponibiliza, como acolhimento e meio de transformação social, através do atelier de artes e artesanatos, que podem funcionar fonte de renda. 

“O desafio é todo dia, é na escola, no ônibus, na própria família e na sociedade como um todo. Antes do diagnóstico, eu pensava que minha filha era surda, pois não falava. Quando eu a chamava, ela não virava para olhar para mim. Anna Sofia entrou na Dona Meca com quatro anos sem falar. Com cinco anos e meio, ela já falava e fazia tanta coisa. Isso graças ao tratamento aqui gratuitamente oferecido. Mas, não só ela. Eu como mãe participo de grupos de apoio e acolhimento promovidos pela OSDM, além de terapia com psicólogos. Essa rede de apoio é fundamental”, completa Patrícia. 

“A Fiocruz tem o papel de, a partir da articulação com os dispositivos do território, promover ações que irão impactar na saúde e na transformação social da comunidade. A possibilidade de dialogar com essas mães sobre a importância da vacinação, por exemplo, tirar dúvidas como qual a diferença de bolsa família e BPC LOAS, e dar informações sobre como acessar a Clínica da Família de sua localidade já é o início de uma formação de rede de apoio compreendendo as instituições. Comunicar saúde através da troca de diálogos é uma maneira de acolhimento, conscientização e luta contra a estigmatização”, finaliza Isabel. 

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