Agência Fiocruz de Notícias

Em meio às discussões do Grupo de Trabalho de Saúde do G20, que ocorrem entre 29 e 31 de outubro no Rio de Janeiro, a ministra da Saúde do Brasil, Nísia Trindade Lima, participou de reuniões bilaterais com autoridades e líderes globais. O presidente da Fiocruz, Mario Moreira, foi convidado pela ministra e a acompanhou em alguns desses encontros, como com o CEO do Cepi, com o vice-ministro da Saúde do Japão, a secretária de Estado da Gestão da Saúde de Portugal e com a vice-ministra de Saúde dos EUA. Nas reuniões, foi possível debater temas como cooperação e produção regional e reforçar o compromisso do Brasil com a saúde global.

"Estamos felizes em participar das negociações e das articulações do governo brasileiro junto ao G-20", destaca o presidente da Fiocruz, Mario Moreira. "Somos a instituição de ciência e tecnologia a cargo da execução de políticas e de programas do Ministério da Saúde na saúde global e, especialmente, na política de estímulo ao desenvolvimento de capacidades regionais de desenvolvimento e produção de vacinas e medicamentos".

Na terça-feira (29/10), a ministra e o presidente da Fiocruz se reuniram com o CEO da Coalizão para Inovações em Preparação para Epidemias (Cepi), Richard Hatchett, e debateram com ele o papel estratégico da Cepi no fortalecimento da produção regional de vacinas. Além disso, alinharam as propostas de cooperação para uma resposta global equitativa e eficaz. Em julho deste ano, o Ministério da Saúde, a Fiocruz e a Cepi promoveram, no Rio de Janeiro, a segunda edição da Cúpula Global de Preparação para Pandemias, que reuniu especialistas em P&D e fabricação, autoridades, representantes da sociedade civil e da indústria. Na ocasião, foi anunciada a entrada da Fundação, por meio do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz), na rede mundial de fabricantes de vacinas da Cepi.  

Ainda na terça-feira, Nísia e Moreira se reuniram com a secretária de Estado da Gestão da Saúde de Portugal, Cristina Vaz Tomé. Para a ministra da Saúde do Brasil, “a parceria entre Brasil e Portugal traz uma oportunidade importante para fortalecer nossas ações contra a desinformação, ampliando a confiança nas vacinas e em outros aspectos da saúde pública”.

Houve ainda um encontro bilateral com a comissária adjunta de Saúde e Segurança Alimentar da União Europeia, Lorena Boix Alonso, quando o tema dos determinantes sociais da saúde foi abordado. A última reunião do dia foi com o vice-ministro da Saúde do Japão, Masami Sakoi, quando a parceria de longa data entre o país e o Brasil foi celebrada. A cooperação com a Fiocruz em vacinas, desenvolvimento tecnológico e capacitação também foi ressaltada. 

No segundo dia de reuniões bilaterais entre a ministra e lideranças globais, nesta quarta-feira (30/10), o presidente da Fiocruz também acompanhou a ministra em encontros, como o com ministro da Saúde de Singapura, Ong Ye Kung. Eles falaram sobre a importância de sistemas regionais de produção e inovação em saúde para enfrentar emergências de saúde pública.  

Já na reunião com a vice-ministra da Saúde dos Estados Unidos, Loyce Pace, e o chefe de gabinete do Departamento de Saúde e Serviços Humanos, Sean McCluskie, eles puderam conversar sobre descentralização da produção de insumos, telemedicina e inteligência artificial.

Houve também um encontro com o vice-ministro da Saúde da Noruega, Usman Ahmad Mushtaq. Eles puderam debater sobre os impactos das mudanças climáticas na saúde e se aprofundar nos temas de telessaúde e produção regional de bens de saúde.

A ministra Nísia Trindade Lima se reuniu também com outras autoridades e lideranças em saúde. Nos encontros com o vice-ministro da Saúde do Reino Unido, Andrew Gwynne, e com a diretora executiva da Unaids, Winnie Byanyima, o pesquisador sênior da Fiocruz Luiz Augusto Galvão, representou Mario Moreira. Na reunião com a Unaids, foram debatidos temas como avanços para uma aliança de produção regional. Já no encontro com o vice-ministro do Reino Unido, o ministério do Brasil e o britânico prepararam-se para assinar uma Carta de Intenções que aprofunde relações entre países, aproveitando o intercâmbio de experiências entre o SUS e o United Kingdom National Health Service (NHS), sistema público de saúde do Reino Unido.