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11/09/2019

Pesquisadores participam da primeira rodada do Inova Labs

Kath Lousada e Cristiane Boar (VPPCB/Fiocruz)


Desenvolver uma ideia. Explorar caminhos. Aprender formas de comunicar uma pesquisa. Testar possibilidades e soluções em saúde. Estas são algumas das propostas do programa Inova Labs Fiocruz que iniciou nesta terça (10/9), com uma sessão inaugural no Polo de Biotecnologia do Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a recepção das equipes selecionadas para a primeira rodada de dez semanas do programa.

Iniciativa capacita pesquisadores para desenvolverem ideias que possam ser implementadas no SUS (foto: VPPCB/Fiocruz)

 

A iniciativa das vice-presidências de Pesquisa e Coleções Biológicas (VPPCB) e de Produção e Inovação em Saúde (VPPIS), em parceria com o Departamento de Ciência e Tecnologia da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde (DECIT/ SCTIE/ MS), proporciona capacitação para pesquisadores desenvolverem ideias que possam ser implementadas no Sistema Único de Saúde (SUS), atendendo necessidades da população brasileira nas áreas de oncologia e emergências sanitárias. 

Como parte do Programa Inova Fiocruz, os treinamentos do Inova Labs acontecerão em quatro rodadas. Ao todo, serão selecionadas até 84 equipes. Em breve será lançada a segunda chamada. Para participar, servidores da Fiocruz envolvidos nas áreas temáticas definidas pelo programa apresentam ideias, projetos, pesquisas, tecnologias ou startups para participar de um treinamento com foco na adoção de conceitos de empreendedorismo interno. 

“Trazer este treinamento para a Fiocruz, como parte do Inova, é uma forma de oferecer ferramentas para o pesquisador ampliar o alcance de sua ideia ou pesquisa. A proposta segue o modelo de pré-aceleração no desenvolvimento de tecnologias que podem chegar ao SUS. Tudo está em consonância com as diretrizes institucionais, definidas tanto pelo Congresso Interno, como pela Política de Inovação da Fiocruz”, destacou Rodrigo Correa, vice-presidente de Pesquisa e Coleções Biológicas.

Marco Krieger, vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde, afirma que “a iniciativa pode auxiliar a criação de uma cultura de inovação adaptada às peculiaridades da Fiocruz, na busca de soluções para a Saúde Pública”. De acordo com Krieger, o programa Inova Labs está integrado as demais ações da presidência de apoio ao sistema de Ciência, Tecnologia e Inovação na Fiocruz, que cobrem desde a articulação das ferramentas de fomento, passando pela estruturação da política e a criação de um ambiente favorável aos esforços de transferência para a sociedade dos conhecimentos gerados nos laboratórios da Fundação.

Em um programa de pré-aceleração as atividades realizadas buscam validar oportunidades, criar estratégias e desenvolver novas habilidades de forma ágil, direcionada e experimental. A metodologia adotada no Inova Labs foi criada pela Biominas e implementada em mais de 160 ideias e projetos no setor de saúde e de ciências da vida. 

Patrícia Veras, do Instituto Gonçalo Moniz (IGM/Fiocruz Bahia), participou de uma realização anterior da Biominas com o projeto Leish Derm, uma tecnologia alternativa para o tratamento da leishmaniose tegumentar. Para Patrícia, ter participado do treinamento ampliou sua visão como pesquisadora. “O ganho foi imenso, nossa equipe vem traduzindo o conhecimento adquirido na prática, resultando em avanços efetivos no desenvolvimento tecnológico de nosso produto, a Leish Derm, por meio de estabelecimento de parcerias internas e externas à Fiocruz, como a Comissão de Propriedade Intelectual da Fiocruz (Copat) para pedido de patente; Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz), no desenvolvimento da tecnologia; Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e indústrias farmacêuticas para possíveis parceiras”. 

Outra representante da Fiocruz em evento da mesma metodologia, a Interfarma 2018, foi Tatiana Tilli, do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS), que concluiu sua participação como vencedora da rodada. A competição entre as equipes é estimulada como dinâmica de treinamento e aperfeiçoamento dos projetos.

Tatiana diz já ter participado de outros programas de empreendedorismo, mas que este formato foi o que mais aproveitou, pois é exclusivo para a área de saúde. “Esse treinamento e experiência é capaz de mudar: a nossa forma de pensar; o formato de fazer ciência; melhora, sem dúvidas, nossa habilidade em escrever fomento e ainda amplia nossa fonte de captação de recursos para ciência”. 

Atuação do Sistema Gestec-NIT

Ao longo da estruturação do Inova Labs, reuniões entre as vice-presidências, a Biominas e a Coordenação Gestão Tecnológica (Gestec) foram realizadas para habilitar o Sistema Gestec-NIT (Núcleos de Inovação Tecnológica) para apoiar os pesquisadores que desejassem submeter projetos. Além disto, representantes da área participarão tanto dos treinamentos como capacitados, como palestrantes, durante as etapas do programa e também farão parte das bancas de avaliação.

“A gente está assumindo capacitações que estão previstas no programa, como palestras sobre propriedade intelectual e transferência de tecnologia. A Gestec vai ministrar estas aulas já como uma forma de absorver e de treinar dentro do Inova Labs”, contou Carla Maia, coordenadora da Gestão Tecnológica (Gestec/VPPIS). 

Carla diz que não havia sido previsto um módulo ou aula sobre prospecção tecnológica. Durante as reuniões, foi sugerido ao grupo incluir a atividade e todos concordaram. “Então vamos ter também uma equipe para falar das bases que a Fiocruz tem contratado, que são bases com valor alto de contratação e que a gente precisa estimular todo mundo a usar”.

Para Teresa Cristina Lowen, da Gerência de Articulação dos NITs, “a expectativa é de que os NITs participem desse processo de capacitação para que estejam aptos a assessorar os pesquisadores que forem contemplados nesse edital, assim como em oportunidades futuras”. Isto porque é fundamental para o desenvolvimento de um projeto a parceria com o Sistema Gestec-NIT. Foi a partir deste apoio que Patricia Veras teve o pedido de patente de seu projeto elaborado. “O treinamento ampliou os horizontes do grupo em relação às ações que visam tornar nossa tecnologia mais rapidamente acessível ao mercado”, destacou Veras. 

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