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11/10/2022

Presidência da Fiocruz lamenta a morte da pesquisadora-emérita Sonia Gumes Andrade

Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)


A Presidência da Fiocruz lamenta com extremo pesar o falecimento, nesta terça-feira (11/10), da pesquisadora Sonia Gumes Andrade, que trabalhava na Fiocruz Bahia. Pesquisadora com 124 artigos publicados em importantes revistas nacionais e internacionais, Sonia sempre exibiu, de acordo com aqueles que com ela trabalharam e estudaram, muita paciência em busca do conhecimento, aliada ao trabalho persistente e rigoroso da pesquisa científica. Em julho de 2011 foi homenageada com o título de pesquisadora-emérita da Fiocruz, concedido pelo Conselho Deliberativo da Fundação.

Nascida em Caetité (BA) em 1928 e filha mais velha de três irmãs, Sonia se mudou para Salvador em 1941, estimulada pela avó Maria Teodolina, com quem foi morar, para prosseguir os estudos na capital baiana. Entre 1941 e 1947 fez os cursos ginasial e científico no Ginásio da Bahia e, em 1948, também motivada pela avó, ingressou na Faculdade de Medicina, incorporada à Universidade Federal da Bahia (UFBA), na qual se diplomou em 1953.

Sonia fez graduação em Medicina com especialização em Patologia, desenvolvendo estudos em Patologia Experimental das doenças parasitárias, com ênfase na Patologia e Imunopatologia da doença de Chagas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), doutorado em Patologia Humana pela Universidade Federal da Bahia (1986) e pós-doutorado pelo Instituto Pasteur de Lyon (1987). Recebeu o título de professor-emérita da UFBA (2011). As linhas de pesquisa de Sonia tinham como foco o papel das cepas do Trypanosoma cruzi na Patologia da doença de Chagas experimental, na caracterização clonal das cepas de diferentes biodemas e na resposta aos quimioterápicos. Também desenvolveu projetos sobre a patogenia da miocardiopatia crônica chagásica em diferentes modelos experimentais. Ela entrou para o Instituto de Saúde Pública, incorporado à Fundação Gonçalo Moniz (atual Fiocruz Bahia), no início da década de 1950. 

Gerações de pesquisadores formados por ela a têm como referência de êxito científico. Ela tinha em seu currículo 9 capítulos de livros publicados, mais de 30 trabalhos divulgados em anais de congressos e 124 artigos veiculados em importantes revistas nacionais e internacionais. Foi chefe do Laboratório de Chagas Experimental, Autoimunidade e Imunologia Celular (Lacei) da Fiocruz Bahia. A pesquisadora era membro da Academia de Medicina da Bahia e de várias sociedades, como as de Medicina Tropical, Patologia e Parasitologia e teve participação atuante como membro do Comitê Científico da Organização Mundial de Saúde (OMS). Também fez parte do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Sonia se dedicou à docência desde que se formou, exercendo a atividade na cadeira de Anatomia Patológica e Medicina Legal da Faculdade de Medicina da UFBA. Ela foi extremamente importante para a implantação e consolidação da pós-graduação na área em que atuava e participou ativamente, como consultora, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Por 20 anos esteve à frente da coordenação do curso de pós-graduação em Patologia Humana, tornando-o um dos mais importantes do país.

Sonia recebeu diversos prêmios. Entre eles a medalha do Centenário da Descoberta da Doença de Chagas, pelo trabalho New strategy in Chagas Disease Chemotherapy (2008); o diploma de honra ao mérito pelos inestimáveis serviços prestados a saúde publica e ao desenvolvimento da ciência, pela Assembleia Legislativa da Bahia; e a medalha do Centenário do Instituto Oswaldo Cruz - Um Século de Ciência (2000).

Sonia casou em 1953 com o médico Zilton de Araújo Andrade, com quem teve seis filhos. Zilton, falecido em 2020, também foi pesquisador-emérito da Fiocruz.

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