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04/03/2021

Presidente da Fiocruz participa da reunião da OMS sobre terapêuticas para Covid-19

Julia Dias (Agência Fiocruz de Notícias)


A presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, participou na quarta-feira (3/3) de um painel de discussão da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre como o investimento em pesquisas para terapêuticas para Covid-19 pode aumentar a cooperação em níveis nacionais e internacionais. A mesa, que teve como tema Rumo a uma agenda de pesquisa comum, fez parte das discussões identificar lacunas de conhecimento e prioridades de pesquisa para terapêuticas para Covid-19, buscando incentivar a cooperação e a coordenação para a prioridades identificadas.

Em sua fala, a presidente colocou seis pontos de discussão, a partir da experiência da Fiocruz e do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) na coordenação nacional do ensaio clínico da OMS. Chamado de Solidariedade (Solidarity), o ensaio clínico reúne centros de diversos países para testar possíveis medicamentos para o tratamento da Covid-19 em milhares de pacientes no mundo.

Nísia defendeu a inclusão do parâmetro de “viabilidade de acesso global” como um modo de priorizar pesquisas que possam gerar produtos sustentáveis e acessíveis em termos de preços e produção. Além disso, ela defendeu que países de baixa e média renda devem ser considerados e ter participação justa e equilibrada em todas as etapas da pesquisa, assim como no desenho de protocolos e na formação de estruturas de governança global.

Para a presidente da Fiocruz, são necessárias a colaboração científica e a cooperação política para permitir e facilitar um progresso rigoroso e rápido na avaliação de possíveis tratamentos para Covid-19. Ela acredita que países baixa e média renda devem participar desde o início dos ensaios clínicos principais na busca de novas terapêuticas, permitindo assim que grupos populacionais diversos sejam incluídos. “Pesquisadores e centros de pesquisa clínica de excelência estão amplamente disponíveis nos países em desenvolvimento e a inscrição de um grande número de participantes em países de baixa e média renda aumentará a generalidade dos resultados dos ensaios para esses países”, argumentou a presidente da Fiocruz.

Como o momento atual exige respostas rápidas que dificultam o desenvolvimento de capacidades em projetos de ensaios clínicos complexos em alguns países, Nísia defende que seja disponibilizado um suporte técnico centralizado no desenho do estudo e na análise de dados para que os pesquisadores de países de baixa e média renda possam colaborar com os estudos.

Além da presidente da Fiocruz, participaram do painel o diretor-geral do Conselho Indiano de Pesquisa Médica, Balram Bhargava, e representantes das fundações de financiamento de pesquisas Bill and Melinda Gates Foundation,  Global Research Collaboration for Infectious Disease Preparedness (GloPID-R) e EU-Response & Recover (EC projects). A mediação do evento foi feita pela embaixadora da OMS na luta contra Covid-19, Mirta Roses. 

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