A edição de outubro da revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz [1] está disponível para acesso gratuito online. O periódico reúne oito artigos sobre temas de importância para a saúde pública. Entre os destaques, está um estudo sobre os efeitos da infecção pelo vírus zika no comportamento do mosquito Aedes aegypti [2]. Os pesquisadores analisaram os impactos na atividade locomotora, produção e viabilidade de ovos. Fêmeas do mosquito foram infectadas por via oral com o vírus, por meio de um alimentador artificial, e mantidas em gaiolas para oviposição e contagem dos ovos. A atividade locomotora foi verificada em uma média de 5, 6 e 7 dias após a alimentação.
Os resultados mostraram que não houve diferença significativa no número ou na viabilidade de ovos. A diminuição da atividade locomotora apontada pela pesquisa pode reduzir a mobilidade dos mosquitos. Este fator pode explicar o agrupamento de casos em domicílios relatado durante os surtos de zika, como aconteceu no Rio de Janeiro, em 2015. No entanto, a pesquisa destaca que os mosquitos ainda são capazes de disseminar e transmitir o vírus, especialmente em locais onde existem muitas opções de criadouros.
O periódico também apresenta pesquisa sobre um patógeno emergente, a bactéria Raoultella planticola [3], associada a casos raros de infecções do trato biliar e do trato urinário, e bacteremia (presença bacteriana no sangue). O estudo apresenta avanços no conhecimento do genoma do microrganismo, que acomete, em geral, pacientes imunocomprometidos, como receptores de órgãos transplantados, e indivíduos com câncer ou diabetes.
A edição traz, ainda, um estudo que buscou otimizar a detecção, pela técnica de PCR multiplex, do fungo Histoplasma capsulatum [4], responsável por uma infecção micótica sistêmica conhecida como histoplasmose.
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