Na última semana, as quatro centrais de grande processamento de testes moleculares (RT-PCR) para Covid-19 coordenadas pelo Ministério da Saúde, com o apoio da Fiocruz, alcançaram o equivalente a 7 milhões de amostras processadas, o que representa cerca de 40% da testagem da rede pública. Além de processar os testes, a Fiocruz é responsável também pela sua produção, tendo já concluído o compromisso firmado em 2020 com o Ministério da Saúde (MS) de entregar 11,7 milhões de testes moleculares para Sars-CoV-2. Os testes continuam a ser entregues segundo demanda e cronograma do MS, em atendimento à estratégia de testagem e distribuição.
As quatro centrais construídas para apoiar a ampliação da testagem na rede de vigilância têm capacidade operacional de até 280 mil amostras por semana, com utilização média de 70%, já receberam amostras de 23 unidades da Federação e atenderam 48 instituições (Lacen, laboratórios municipais, prefeituras, entidades regionais etc) até o momento. A operação é ininterrupta, 24 horas por dia, sete dias por semana.
Para a líder-executiva do Escritório de Apoio à Gestão Operacional da Cadeia de Testagem de RT-PCR, Maria Clara Lippi, “a operação em larga escala das centrais possibilita o processamento de alto volume de amostras, de forma extremamente rápida e precisa, e a capacidade operacional de todas as centrais permite pronta resposta às demandas, principalmente na absorção dos picos de testagem, que requerem resposta dinâmica e sem impactos relevantes no tempo médio de processamento”.
Das quatro centrais de grande processamento coordenadas pelo Ministério da Saúde em parceria com a Fiocruz, duas são diretamente administradas pela Fundação, por meio da Vice-Presidência de Produção e Inovação em Saúde. Com o nome de Unidade de Apoio ao Diagnóstico da Covid-19 (Unadig), uma está instalada no campus de Manguinhos, no Rio de Janeiro, e outra na unidade do Ceará. As outras duas, em São Paulo e no Paraná, são fruto de parcerias, respectivamente, com o Centro de Diagnóstico Emergencial (Rede Dasa) e o Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP). As operações tiveram início em abril (Dasa e IBMP), julho (Rio de Janeiro) e agosto (Ceará) de 2020.
Gestão e tecnologia garantem agilidade nos resultados das amostras
Segundo a coordenadora do Escritório de Apoio à Gestão Operacional da Cadeia de Testagem de RT-PCR da Fiocruz, Camila Guindalini, as centrais reúnem “plataformas automatizadas, dotadas de equipamentos de alto teor tecnológico que permitem ampliar o processamento em larga escala de amostras de pacientes com suspeita de Covid-19”.
A líder-executiva do Escritório, Maria Clara, observa que todas as etapas de processamento das amostras, desde que elas são recebidas na Fiocruz, podem ser acompanhadas online [1]. “É um tour virtual que apresenta todo o processo, do recebimento da amostra até a análise dos resultados”. O sistema de comunicação entre as diferentes salas de processamento foi projetado com base nos princípios de biossegurança e na dinamização das etapas. Além da rapidez do processo, o sistema minimiza os riscos e preserva a integridade do material.
O trabalho começa com uma operação manual de conferência e organização. “Esse recebimento prepara e padroniza as amostras para serem processadas no fluxo analítico automatizado. As amostras passam então por um processo de extração em que de fato se separa o material genético, que é o interesse específico da análise. Em seguida, esse material é submetido à etapa de RT-PCR, onde será amplificado e posteriormente analisado, verificando se a amostra é positiva ou negativa para Sars-CoV-2, detectável ou não detectável. O tempo de processamento médio das amostras desde seu recebimento em uma das quatro centrais de processamento até a liberação do resultado é de 17 horas", explica a coordenadora Camila.
Logística e transporte para os estados
A Fiocruz é responsável pelo transporte de kits de coleta e outros insumos críticos da cadeia de testagem molecular para os estados, bem como das amostras a serem processadas, retirando-as nos laboratórios e entregando-as nas centrais, com um nível de serviço de até 24 horas.
Os dados consolidados mais recentes, até o final de maio, mostram que ocorreram 3.828 operações de transporte de amostras biológicas, com um total de 99 toneladas transportadas e 14,4 milhões de kits de coleta.