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MonitoraCovid-19 avalia desigualdades no processo de vacinação

A campanha de vacinação contra a Covid-19 vem sendo marcada por desigualdades sociais no processo que atingem o território brasileiro, aponta um levantamento feito por pesquisadores do painel MonitoraCovid-19, do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz). Dentre os fatores sociais avaliados estão o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), além de aspectos ligados à renda e localização geográfica. Nos municípios com menor IDH, são mais baixas as taxas de vacinação. 

Os dados estão publicados na Nota Técnica 23 do MonitoraCovid-19 [1], divulgada essa semana na plataforma. Segunda a nota, o IDH ajuda a qualificar a desigualdade da vacinação no país. Locais com baixo índice de desenvolvimento têm taxas de cobertura mais baixas, informa o estudo. 

O estudo observou o comportamento da pandemia nos últimos dois anos, além de indicadores sociais e aqueles relativos ao avanço da aplicação das vacinas contra a Covid-19 durante o ano de 2021. Na comparação entre os municípios considerando o tipo da dose (primeira, esquema completo e reforço), o IDH e o tamanho da população residente nestas cidades, foi observado que há uma queda de quase 20% na cobertura da primeira dose, de acordo com o nível de desenvolvimento dos municípios. 

De acordo com a nota: "na primeira dose, o grupo de municípios com IDH muito alto apresentava, no último dado disponível, percentual de imunização de cerca de 80%, enquanto no grupo de municípios com IDH baixo, esse percentual é de 60%. Na segunda dose, o grupo de municípios com IDH muito alto apresenta cerca de 70% da população com esquema vacinal completo, enquanto no grupo de municípios com IDH baixo, é cerca de 50%. Em relação à terceira dose, o grupo de municípios com IDH muito alto apresenta cerca de 10% da população imunizada; no grupo de municípios com IDH baixo esse percentual é de somente 2,5%". 

Considerando o aspecto geográfico, a nota aponta que algumas regiões têm uma parte expressiva de seu território abaixo dos índices ideais de vacinação. "Enquanto as regiões Sul e Sudeste apresentam elevado percentual da população imunizada, áreas da região Norte, Nordeste e Centro-Oeste ainda apresentam bolsões com baixa imunização para Covid-19. Se considerarmos como um cenário de segurança, a vacinação com esquema completo acima de 80%, temos no Brasil apenas 16% dos municípios nessa situação", aponta o documento.  

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Gráficos mostram a diferença da cobertura entre a cobertura da primeira dose e do esquema vacinal completo pelo território nacional (clique na imagem para ampliar). Fonte: MonitoraCovid-19 (Icict/Fiocruz)

 

Essas falhas no processo de vacinação são preocupantes também em área de fronteira, como o limite entre Rondônia e Bolívia, a tríplice fronteira entre Brasil, Peru e Colômbia – onde se localizam as cidades de Tabatinga e Letícia- ,também na tríplice fronteira entre Roraima, Venezuela e Guiana, e todo o estado do Amapá, com fronteira com a Guiana Francesa. Esses territórios são hoje vulneráveis para a entrada de novas variantes e espalhamento do vírus da Covid-19 para todo o país.  

“Apesar do componente longevidade considerado no IDH poder ter inflacionado o percentual de população coberta, passados quase um ano do início da campanha de imunização e o avanço da vacinação para as demais faixas etárias, é pouco provável que este fator tenha influência sobre a cobertura vacinal”, esclarece Diego Xavier, pesquisador do MonitoraCovid-19. O IDH nesse caso representa um conjunto de fatores que podem prejudicar a vacinação em municípios com desigualdades estruturais, inclusive do sistema de saúde local. 

Além da aceleração da aplicação das segundas doses do esquema vacinal e da aplicação da dose de reforço, os especialistas reforçam a importância das medidas de prevenção como o uso de máscaras, de preferência nos modelos PFF2 e N95, além da não recomendação de realização de eventos de grande porte que geram aglomerações. 

Crédito: 
André Bezerra (Icict/Fiocruz)
Links internos: 
População de municípios vulneráveis se desloca mais para internações hospitalares [3]
Cônsul dos EUA no Rio visita Fiocruz e conversa sobre cooperação [4]
Covid-19: vacinar crianças é estratégico para aumentar cobertura vacinal no Brasil [5]
Chamada para destaque: 
Dentre os fatores sociais avaliados pelo MonitoraCovid-19 do Icict/Fiocruz estão o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), além de aspectos ligados à renda e localização geográfica. Nos municípios com menor IDH, são mais baixas as taxas de vacinação
Imagem para destaque: 
Data de publicação: 
quarta-feira, 22 Dezembro, 2021
E-mail do crédito: 
ccs@fiocruz.br [6]

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(CC) BY-NC-NDCopyright © Fundação Oswaldo Cruz - Ministério da Saúde - 2013


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Links
[1] https://bigdata-covid19.icict.fiocruz.br/nota_tecnica_23.pdf
[2] https://agencia.fiocruz.br/sites/agencia.fiocruz.br/files/u34/graficos-monitoracovid-19-coberturavacinal-dezembro-2021.jpg
[3] https://agencia.fiocruz.br/populacao-de-municipios-vulneraveis-se-desloca-mais-para-internacoes-hospitalares
[4] https://agencia.fiocruz.br/consul-dos-eua-no-rio-visita-fiocruz-e-conversa-sobre-cooperacao
[5] https://agencia.fiocruz.br/covid-19-vacinar-criancas-e-estrategico-para-aumentar-cobertura-vacinal-no-brasil
[6] mailto:ccs@fiocruz.br