Em 2022, a Agência Fiocruz de Notícias (AFN) foi eleita uma das três agências +Admiradas da Imprensa de Saúde, Ciência e Bem-Estar no Prêmio Einstein. Foram mais de 700 notícias sobre pesquisas, programas e ações da Fundação Oswaldo Cruz neste ano, que reforçam o papel do site de levar informação e divulgação científica de qualidade para a imprensa e à socidade em geral. Neste especial, o leitor encontra uma retrospectiva do trabalho da Fiocruz, com as dez principais temáticas do ano em destaque na lateral e ainda mais 40 notícias, no texto abaixo, que foram divulgadas durante todos os meses de 2022. Ao todo, são 50 temas que trazem um panorama geral da continuidade do combate à pandemia na instituição, mas também um pouco da atuação da Fundação em diversas áreas da Saúde Pública.
Em Janeiro, a Vice-Presidência de Educação, Comunicação e Informação (Vpeic/Fiocruz) lançou (1) o Programa Educacional em Vigilância em Saúde Pública [1], com foco na vigilância, preparação e resposta a eventos de importância nacional (VigiLabSaúde-Fiocruz). O objetivo é formar mestres e doutores visando fortalecer as ações e serviços que fazem parte do Sistema Nacional de Vigilância em Saúde do Sistema Único de Saúde (SUS). Na mesma época, em um momento em que o mundo assistia a uma nova alta de casos de Covid-19, análises preliminares de um estudo de segurança e imunogenicidade (2) indicam que o uso da vacina AstraZeneca como dose de reforço [2] (sobretudo, para quem havia tomado duas doses de Coronavac) aumenta a resposta imune contra as variantes de preocupação Beta, Delta, Alfa e Gama. Ainda no mesmo mês, a Fiocruz uniu esforços (3) com a Prefeitura do Rio de Janeiro e o projeto Conexão Saúde – De Olho na Covid em mais uma iniciativa inovadora de enfrentamento da pandemia [3] com a abertura de polos itinerantes de testagem em Manguinhos e na Maré, com atendimento para os sintomáticos sendo garantidos por telemedicina, de forma a facilitar o acesso à assistência e reduzir a demanda da população na rede de atenção primária de saúde.
No início de Fevereiro, um estudo liderado pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) (4) mostrou que o uso inteligência artificial pode acelerar o diagnóstico da hanseníase [4]. A tecnologia foi chamada de AI4Leprosy e, a partir de fotos das lesões na pele dos pacientes e de dados clínicos observados pelos médicos, o assistente de diagnóstico indica a probabilidade da doença, acertando mais de 90% dos casos nos testes realizados. Na Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), um estudo inédito (5) realizado com 2 milhões de trabalhadores considerados “invisíveis e periféricos” analisou as condições de vida, o cotidiano do trabalho e a saúde mental desse contingente [5], revelando que 80% deles vivem situação de desgaste profissional relacionado ao estresse psicológico, à sensação de ansiedade e esgotamento mental. Ainda no mesmo mês, uma análise de pesquisadores do Programa de Computação Científica (Procc/Fiocruz) revelou (6) que a vacina para Covid-19 e o isolamento podem ter evitado 380 mil hospitalizações e 66 mil mortes no Rio [6].
O mês de Março foi marcado (7) pelo início da distribuição para o SUS do antirretroviral Dolutegravir 50 mg [7] pelo Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz). A unidade também obteve (8) o registro do inovador medicamento antimalárico Primaquina 5mg [8] junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Um estudo da Fiocruz Minas também avaliou (9) resposta à vacina Covid-19 em crianças e jovens [9] para contribuir com diretrizes de imunização na faixa etária. E o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) foi escolhido (10) pelo Ministério da Saúde para representar o Brasil no Centro Brics de Pesquisa e Desenvolvimento de Vacinas [10].
Abril começou com o lançamento do Dicionário de Agroecologia e Educação [11] (11), uma parceria da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e editora Expressão Popular. Um estudo inédito das unidades da Fiocruz na Amazônia e no Ceará avaliou (12) o excesso de suicídios no Brasil na primeira onda de Covid-19 [12]. Já a Fiocruz Rondônia passou investir (13) em plataforma sobre vetores de malária [13], ampliando as possibilidades de estudos a partir dos diferentes estágios de vida do mosquito (ovo, larva, pupa e adulto).
Em Maio, um grupo de pesquisadores da Fiocruz bahia utilizou (14) um novo método promissor para detecção da doença de Chagas em bancos de sangue [14]. Além disso, uma análise do Observa Infância (Fiocruz/Unifase) apontou (15) que, no Brasil, seis em cada dez farmácias e supermercados brasileiros infringem a legislação que regula o marketing de produtos que podem prejudicar a amamentação [15], como leites, fórmulas infantis, chupetas e mamadeiras. Já uma pesquisa da Fiocruz Paraná propôs (16) um kit rápido e de fácil manipulação para o diagnóstico molecular da tuberculose [16] em ambientes com pouca infraestrutura, que poderá estar disponível no SUS.
O Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), em Junho, recebeu (17) formalmente a doação de seu prédio pela Superintendência do Patrimônio da União [17] (SPU). E a Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz) investiu (18) em metodologia para desenvolvimento de projetos de intervenção para modernizar as ações de preservação do patrimônio histórico da Fiocruz [18]. No Observatório de Clima e Saúde, do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), um projeto avaliou (19) impactos de mudanças climáticas na propagação de doenças [19].
No mês de Julho, a Fiocruz Mato Grosso do Sul assinou (20) um convênio para a instalação de uma Plataforma de Pesquisa Científica [20] no estado que visa desenvolver medicamentos e vacinas. Na Fiocruz Minas, uma pesquisa mostrou (21) que população de Brumadinho tem alta exposição a metais pesados [21], após o desastre causado pelo rompimento da barragem da mineradora Vale, em janeiro de 2019. No mesmo período, a Rede Genômica Fiocruz atingiu (22) a marca de 50 mil genomas de Sars-CoV-2 depositados [22]. Além disso, a Fiocruz Amazônia promoveu (22) oficina com comunicadores indígenas sobre ensino tradicional da medicina indígena [23], respeitando e contribuindo para a preservação das tradições e costumes de cada povo.
Um estudo da Fiocruz Minas constatou (23), em Agosto, que a vitamina B12 regula processos inflamatórios [24] que, durante a infecção pelo vírus Sars-CoV-2, se encontram desregulados e levam ao agravamento da Covid-19. Outra pesquisa realizada pela Fiocruz revelou (24) que garimpo ilegal contamina peixes de rios de Roraima [25]. Já o Centro de Estudos Estratégicos Antônio Ivo de Carvalho (CEE/Fiocruz) divulgou (25) uma pesquisa que orienta diretrizes para serviço de ambulâncias aquáticas [26].
Setembro trouxe o lançamento (26) pela Fiocruz e pela Opas de chamada pública para projetos em comunicação comunitária [27]. Já um grupo de pesquisadores do Plataforma Institucional Biodiversidade e Saúde Silvestre (Pibbs/Fiocruz) produziu (27) extensa base de dados que caracteriza fatores socioambientais dos municípios brasileiros [28]. Já um estudo liderado pelo Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia) apontou (28) que as crianças indígenas têm 14 vezes mais chances de morrer por diarreia [29], ressaltando profundas desigualdades na mortalidade de crianças no Brasil.
Em Outubro, a Anvisa autorizou (29) a Fiocruz e UFMG a realizarem testes da vacina SpiN-TEC em humanos [30]. No mesmo mês, um estudo de Cambridge reforçou (30) eficácia do Método Wolbachia contra arboviroses [31], iniciativa conduzida no Brasil pela Fiocruz. Além disso, um estudo inédito liderado pela Fiocruz Amazônia avaliou (31) um excesso de 70% de mortes maternas no Brasil durante os primeiros 15 meses da pandemia de Covid-19 [32].
No mês de Novembro, a Fiocruz Ceará, a Fiocruz Amazônia e a Plataforma Internacional para Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde (Pictis/Fiocruz) deram início (32) às tratativas para a criação da primeira Rede de Vigilância do Norte e Nordeste do Brasil em Monitoramento de Patógenos Circulantes na Fauna Silvestre [33]. Já Bio-Manguinhos/Fiocruz iniciou (33) a implantação do Kit NAT Plus na hemorrede pública brasileira [34], passando a detectar malária em bolsas de sangue. Além disso, uma pesquisa com participação da Fiocruz apontou (34) que a vacinação mais acelerada para Covid-19 no início da pandemia teria salvado cerca de 47 mil idosos [35]. Outro estudo, também com participação da Fiocruz, revelou (35) que aproximadamente um terço dos filhos de mães infectadas por zika durante a gravidez apresentaram, nos primeiros anos de vida, anormalidades consistentes com a Síndrome da Zika Congênita [36] (SZC).
A Fiocruz, a partir de criação de um hub institucional na plataforma The Global Health Network (TGHN), tornou-se (36), em Dezembro, centro articulador da América Latina [37]. Já a Fiocruz Mata Atlântica investiu (37) no desenvolvimento de tecnologias sociais [38] que contribuem com sustentabilidade e promoção da saúde em territórios sem abastecimento de água e saneamento básico convencionais. No mesmo mês, a Fiocruz e o Ministério Público Federal (MPF) assinaram (38) protocolo para desenvolvimento tecnológico no SUS [39]: recursos obtidos por meio de processos legais, como multas, podem ser destinados a projetos que tragam inovação tecnológica. Além disso, uma pesquisa sobre confiança na ciência na pandemia [40] é lançada (39) pelo INCT-CPCT (COC/Fiocruz). No mais, a Fiocruz disponibilizou (40) um banco de dados sobre plantas medicinais [41].