09/12/2009
Edson Junior
O Ministério da Saúde (MS) acaba de aprovar e conceder financiamento no valor de R$ 730 mil para o projeto Complementação da Carta Planorbídica nos estados de Minas Gerais, Paraná, Bahia, Pernambuco e Rio Grande do Norte, cujo objetivo é registrar a ocorrência de espécies de moluscos do gênero Biomphalaria em municípios desses estados. O principal coordenador do projeto é o pesquisador e chefe do Laboratório de Helmintologia e Malacologia Médica (LHMM) do Centro de Pesquisa René Rachou (CPqRR/ Fiocruz Minas), Omar dos Santos Carvalho.
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Segundo Carvalho, as secretarias de Saúde estaduais terão papel fundamental durante todo o processo, uma vez que serão responsáveis pela infraestrutura necessária aos trabalhos de campo |
No Brasil, segundo Carvalho, existem 11 espécies e uma subespécie do gênero Biomphalaria, sendo B. glabrata, B. straminea e B. tenagophila hospedeiras intermediárias do Schistosoma mansoni, agente etiológico da esquistossomose mansoni (popular xistose). A partir deste estudo, será elaborado mapa de distribuição dessas espécies. E isso é de fundamental importância para o controle da doença.
De acordo com o pesquisador, dois fatores foram decisivos para a escolha das cinco localidades: 1) a maioria dos municípios desses estados já tem dados sobre moluscos; 2) decisão política para realizar o inquérito. As secretarias de Saúde estaduais terão papel fundamental durante todo o processo, uma vez que serão responsáveis pela infraestrutura necessária aos trabalhos de campo e pela disponibilização de técnicos em saúde. Profissionais dos laboratórios de referência das unidades das unidades da Fiocruz em Minas Gerais, Pernambuco (CPqAM) e no Rio de Janeiro (IOC), serão responsáveis pelas capacitações e controle de qualidade das identificações dos moluscos.
Minas Gerais
O projeto piloto está sendo desenvolvido na região da Estrada Real, em Minas Gerais, pelo CPqRR em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG). Cinquenta e oito municípios da região, que não têm dados sobre moluscos, serão pesquisados. “Esse piloto incluiu capacitação de profissionais de saúde em coleta, embalagem, exame e identificação de moluscos. Os trabalhos de campo já foram realizados em oito municípios”, explica o coordenador do projeto.
Segundo Carvalho, que também coordena o Programa Integrado de Esquistossomose (Pide) da Fiocruz, o conhecimento da distribuição das três espécies hospedeiras intermediárias do S. mansoni é importante para a correta interpretação do papel que essas espécies de moluscos cumprem na transmissão da doença. Tem ainda a finalidade de identificar áreas com risco de introdução ou expansão da doença, tornando as atividades de vigilância e controle mais eficientes, com economia de pessoal e recursos.
Publicado em 4/12/2009.