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12/04/2007

Raízes da Fiocruz crescem e se fortalecem no Amazonas

Ricardo Valverde


Faz 13 anos em 2007 que o então presidente da Fiocruz, Carlos Medicis Morel, inaugurou – numa época ainda marcada pela Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, a Rio-92 – o que se chamou de Escritório Técnico da Amazônia (ETA), em Manaus. Neste período, milhões de árvores foram derrubadas, a capital amazonense cresceu e se transformou numa das grandes cidades brasileiras, a consciência ecológica ganhou corpo e o ETA se tornou, em 1999, o Centro de Pesquisa Leônidas e Maria Deane (CPqLMD), a mais nova das unidades da Fundação, agora com raízes solidamente fincadas no Norte do país.

 

 Canoas atravessam o Rio Waupés, em Iauaretê, onde a Fiocruz desenvolve pesquisas
Canoas atravessam o Rio Waupés, em Iauaretê, onde a Fiocruz desenvolve pesquisas

Perto de aprovar, por decisão democrática de seus funcionários, seu primeiro Regimento Interno, o CPqLMD, que acaba de receber novos servidores concursados, está, segundo seu diretor, o médico Roberto Sena Rocha, pronto para “crescer de maneira vigorosa, dando respostas às lacunas de conhecimento que ainda existem na região, atuando em parceria com as instituições de pesquisa locais”. Para entender melhor o que essa declaração significa, a Agência Fiocruz de Notícias viajou até Manaus para conhecer os meandros da unidade caçula da Fiocruz.

“Somos uma unidade pequena e ainda nova, com pesquisadores iniciantes e que evidentemente têm pouco tempo de carreira. Esses profissionais vão ganhar musculatura intelectual e de pesquisa aqui no Centro. Ainda temos uma produção científica baixa, mas com as mudanças internas que serão implementadas a partir de 2007 e com a chegada de nove pesquisadores concursados, que acabam de tomar posse, daremos um salto de qualidade”, prevê Rocha, que depois de chefiar o Centro de Pesquisa René Rachou (CPqRR), unidade da Fiocruz em Belo Horizonte, aceitou o desafio lançado pela Presidência da Fundação e concorreu à direção do CPqLMD em 2005, vencendo a eleição. Ele permanecerá em Manaus pelo menos até o fim deste mandato, em 2008.

Para Rocha, o pesquisador que vai para Manaus – os nove que ingressaram agora são todos de outros estados – tem que deixar para trás os temas que estudava em outras regiões e se dedicar às questões da realidade amazônica. Com o objetivo de obter mais foco para as pesquisas desenvolvidas no CPqLMD, Rocha diz que a reestruturação da unidade dispensará a clássica divisão em laboratórios, que é marca registrada das outras unidades da Fiocruz, e apostará em programas. “Isso nos permitirá ter uma estrutura mais leve e manter um acompanhamento mais de perto por parte dos pesquisadores seniores, dentro de um plano de trabalho para a Amazônia. Teremos programas voltados para a saúde indígena, para doenças transmissíveis, levando em conta os ambientes em que o homem já entrou e os que ainda não entrou, e um terceiro para a biotecnologia, que queremos que venha a gerar produtos. No caso desse último, contamos com nossas coleções de fungos (1.200 amostras) e bactérias (800 amostras)”, afirma Rocha. Toda essa nova estrutura ficará mais clara a partir de fevereiro, quando os pesquisadores do CPqLMD se reunirão com consultores externos para definir seus programas.

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