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29/09/2021

Seminário internacional discute a desnaturalização dos desastres e a mobilização comunitária

Cristina Azevedo (Agência Fiocruz de Notícias)


A necessidade de romper com o senso comum de que os grandes desastres, como o que ocorreu na Região Serrana do Rio de Janeiro alguns anos atrás, são causados por elementos da natureza sem a intervenção humana é o principal ponto de reflexão do webinário que acontece de 4 a 8 de outubro. O 2º Seminário Internacional de Desnaturalização dos Desastres e Mobilização Comunitária: crises ampliadas, redes e resistências é promovido pela Estratégia Fiocruz para a Agenda 2030 (EFA 2030), junto com o Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh) da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (Ensp/Fiocruz).  

Realizado em parceria com a Universidade Federal Fluminense (UFF), a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e o Fórum de Mudanças Climáticas e Justiça Socioambiental, o evento será 100% online. E, embora gratuito, é necessário se inscrever para assistir ao seminário, que contará com um intérprete em libras. As vagas são limitadas. Ao final, os participantes receberão um certificado.  

“Entendemos que desnaturalizar a concepção dos desastres e fortalecer os movimentos comunitários é condição essencial para que novos regimes de produção do saber possam emergir e nos tornar capazes para enfrentar os radicais desafios das mudanças climáticas, na criação de novos modos de andar a vida”, diz o texto de apresentação. 

Oficinas e mesas redondas 

O seminário será composto por oficinas e mesas redondas, que terão a abertura de Paulo Gadelha, ex-presidente da Fiocruz e coordenador da EFA 2030, e Marcos Menezes, diretor da Ensp/Fiocruz. Além participantes de instituições brasileiras, o seminário contará com palestrantes de Portugal, Guatemala, Chile e México, entre outros países. 

“Os desastres não são naturais, eles são construídos”, observa Gadelha. “Vivemos a era do Antropoceno. É forte a interação humana na construção da paisagem. Isso não é um processo natural. É toda uma forma de construção desse ambiente, de exploração, de ocupação. A natureza é transformada pela ação humana. A mudança climática é fortemente determinada pelo homem”. 

“Pegada sócio-ambiental” 

Gadelha destaca que não é possível desassociar a “pegada ambiental da social”, já que as populações mais vulneráveis são as maiores vítimas dos grandes desastres”. “São elas que moram nas áreas de riscos”, lembra.  

Além de acadêmicos, o seminário conta com a participação de movimentos sociais e comunitários. “A maneira de lidar com esse processo é conhecê-lo mais profundamente. Nada acontece se não tiver a participação das comunidades, da cartografia social, a tomada de consciência e a implantação de políticas. Essas comunidades detêm o conhecimento e indicam os caminhos”, ressalta Gadelha. 

Confira a programação e se inscreva.

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