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13/06/2017

‘Startups’ são tema de seminário sobre inovação aberta

César Guerra Chevrand (Agência Fiocruz de Notícias)


O papel das startups na economia do século 21 e a sua influência sobre as grandes indústrias estiveram na pauta do Seminário de Inovação Aberta, realizado pela Vice-Presidência de Pesquisa e Coleções Biológicas (VPPCB), no último dia 7, no campus da Fiocruz em Manguinhos (RJ). O encontro contou com a palestra do gerente de Open Innovation da Accenture na América Latina, Paulo Costa, que explicou a importância das startups como fontes de inovação para produtos e processos.

Paulo Costa afirma que as indústrias tradicionais estão ameaçadas pelo poder de inovação das 'startups' (Foto: Virginia Damas Fuchs - Ensp/Fiocruz)
 

Paulo Costa esclareceu em sua apresentação as diferenças entre inovação aberta e o conceito mais tradicional de inovação. De acordo com o gerente da Accenture, a inovação aberta se caracteriza pela interação de empresas e instituições com outros atores como universidades, governo, indústrias complementares, clientes e startups, a fim de incrementar os seus serviços e produtos.

“Inovação aberta é soma. São os talentos de uma instituição interagindo e compartilhando seus conhecimentos com atores de fora. Não se trata apenas de chegar primeiro no mercado, mas de oferecer o melhor modelo de negócio”, explicou.

Em sua definição mais comum, as startups são empresas emergentes e inovadoras, que têm alto potencial de crescimento. Segundo Paulo Costa, somente em 2016, as empresas de tecnologia com este perfil receberam investimentos de cerca de US$ 250 bilhões. O crescimento das startups na última década vem transformando radicalmente mercados tradicionais, como o imobiliário e o financeiro.

“A competição está deixando de ser entre grandes empresas contra grandes empresas e está descendo para o nível de produto e serviço. Todas as indústrias estão ameaçadas neste momento pelo poder de inovação das startups”, disse o gerente da Accenture.

Sem a pretensão de encarar de igual para igual as empresas tradicionais, as startups chegam ao mercado com o objetivo de resolver questões específicas e problemas reais dos seus clientes. O lançamento de aplicativos para transporte nas grandes cidades, por exemplo, tem o poder de impactar não somente os serviços tradicionais de locomoção, mas até a indústria automobilística.

“A inovação pode não estar só no produto, mas no modelo de negócio, ou seja, na maneira como a empresa atende seu cliente e comercializa seus produtos. A gente está saindo de uma era de posse para uma era de acesso. As novas gerações já têm essa perspectiva”, comentou.

Para sobreviverem às mudanças do mercado e incrementar os seus negócios, grandes instituições no Brasil e no mundo têm procurando se aproximar das startups, dentro do conceito colaboracionista de inovação aberta, inclusive assumindo os riscos envolvidos em apostas inovadoras. De acordo com Paulo Costa, as grandes organizações precisam convencer seus gestores sobre as oportunidades oferecidas neste novo cenário.

“A mudança é cultural. A inovação acontece no dia a dia e todos podem ser criativos em seus processos diários de trabalho dentro de uma organização. Por isso, a inovação hoje precisa de disciplina, processo e gestão”, complementou o gerente da Accenture.

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