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20/12/2018

Workshop internacional reúne oito países para discutir meningite meningocócica na América Latina

Maíra Menezes (IOC/Fiocruz)


Estratégias de imunização, vigilância e abordagem de surtos de meningite meningocócica – causados pela bactéria Neisseria meningitidis, conhecida como meningococo – foram discutidas no Latin America Meningococcal Workshop. Promovido pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), em parceria com o Instituto Sabin de Vacinas, dos Estados Unidos, a Universidade Austral, na Argentina, e pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), o evento reuniu, nos dias 12 e 13 de dezembro, no Rio de Janeiro, cerca de 60 especialistas de oito países, incluindo Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, Honduras, Paraguai, Uruguai e Estados Unidos. “Considerando a introdução recente das vacinas contra meningococos em programas nacionais de imunização e a emergência de clones altamente infectivos, o fortalecimento das ações de vigilância epidemiológica e laboratorial é fundamental”, afirmou o diretor do IOC/Fiocruz, José Paulo Gagliardi Leite, que coordenou o evento juntamente com Lucia Helena de Oliveira, da Opas; Bruce Gellin, do Instituto Sabin de Vacinas; e Norberto Giglio, da Escola de Medicina da Universidade Austral.

Com a participação de representantes da Organização Mundial da Saúde (OMS), Opas e dos Ministérios da Saúde do Brasil e da Argentina, a primeira sessão do workshop debateu a epidemiologia da doença meningocócica no mundo e na América Latina, com destaque para os cenários no Brasil e na Argentina, onde vacinas contra meningococos passaram a ser ofertadas na rede pública nos últimos anos. Na sessão sobre modelos de vigilância, um estudo que analisou mais de 400 genomas de meningococos de diferentes regiões do planeta foi apresentado pelo pós-doutorando do Laboratório de Mosquitos Transmissores de Hematozoários do IOC/Fiocruz, Márcio Galvão Pavan. Desenvolvido em colaboração com os pesquisadores David Barroso, do Laboratório de Epidemiologia e Sistemática Molecular do IOC/Fiocruz, e Lee Harrison, da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos, o trabalho contemplou 38 genomas completos inéditos, referentes a surtos ocorridos no Rio de Janeiro e no Amazonas entre 1986 e 2010. A análise genética apontou que os casos foram relacionados a múltiplas entradas de bactérias no país, em lugar da circulação contínua da mesma cepa.

O evento abordou ainda as diferentes vacinas disponíveis, com considerações sobre eficácia e impacto, e as experiências dos programas nacionais de imunização brasileiro e argentino. Recomendações de imunização para grupos com risco aumentado de contrair a infecção, abordagens de surtos recentes registrados no Chile, Brasil e Estados Unidos, assim como os desafios da pesquisa científica na área também foram alvos das discussões.

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