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18/04/2016

Fiocruz apresenta perfil de usuários de drogas em Pernambuco

Fiocruz Pernambuco


Gestores da saúde municipal e estadual, educadores sociais, agentes redutores de danos, pesquisadores e usuários de drogas participaram na última quinta-feira (14/4) do seminário da pesquisa Vulnerabilidade de usuários de crack ao HIV e outras doenças transmissíveis: estudo sociocomportamental e de prevalência no estado de Pernambuco, promovido pela Fiocruz Pernambuco. No evento, realizado com o objetivo de partilhar com o público os resultados do estudo, foram apresentados dados do perfil e da vulnerabilidade de usuários de crack do Recife, Cabo de Santo Agostinho e Jaboatão, na Região Metropolitana, e de Caruaru, no agreste do estado. Os dados mostram que, na maioria, eles são homens jovens, que começaram a usar drogas antes dos 18 anos, influenciados por outras pessoas. Vivem em situação de rua e têm baixa escolaridade.

Em relação ao HIV e às doenças sexualmente transmissíveis, quase todos os 1.062 entrevistados demonstraram saber do risco de se infectar sem o uso de preservativo nas relações sexuais. Porém, só 24,6% relataram fazer uso de preservativo em todas as relações sexuais nos últimos 12 meses. Segundo a pesquisa, essa contradição pode ser explicada pela concordância da maioria (85,1%) que, “o uso de álcool e outras drogas faz a pessoa esquecer ou não se importar em usar preservativo nas relações sexuais”. Exatamente 687 dos participantes do estudo (64,9%) afirmaram não ter usado por esse motivo. Os usuários consultados na pesquisa são assistidos pelo Programa de Atenção Integral aos Usuários de Drogas e seus Familiares - mais conhecido como Atitude - mantido pelo governo de Pernambuco.

Um comportamento a chamar atenção da pesquisadora Naíde Teodósio, uma das coordenadoras do estudo, foi o uso do “virado”. Trata-se do crack adicionado ao ácido bórico, que é aquecido e raspado para ficar na consistência de pó. O virado é consumido por via nasal e 54,3% disseram ter usado o crack dessa forma. “Esse é um comportamento só registrado no Recife, que foi identificado também nas pesquisas realizadas com usuários (de drogas) em 2009 e (de crack) em 2011”, explicou Naíde. Ambos os estudos foram realizados pela Fiocruz. No seminário, também foram abordadas questões relacionadas ao histórico de violência entre mulheres que usam crack e a percepção dos usuários em relação ao tratamento. 

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