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09/10/2015

Encontro de Inovação e Gestão debate educação corporativa

Ricardo Valverde


O  Encontro de Inovação na Gestão Fiocruz terminou nesta quinta-feira (8/10), com o painel “Caminhos da gestão inovadora na Fiocruz: gerar, aplicar e disseminar conhecimento”, que teve como mediador o vice-presidente de Gestão e Desenvolvimento Institucional da Fundação, Pedro Barbosa. O painel teve como participantes a doutora em administração e professora da USP Marisa Eboli, o gerente-geral de Recursos Humanos da Universidade Petrobras, José Alberto Bucheb, e o diretor de Recursos Humanos da Fiocruz, Juliano Lima.

O vice-presidente de Gestão e Desenvolvimento Institucional da Fundação da Fiocruz, Pedro Barbosa, foi o mediador do último painel (Foto: Peter Ilicciev)
 

A primeira palestrante, Marisa Eboli, discorreu sobre o conceito de universidade corporativa. Ela analisou a criação e o desenvolvimento da universidade corporativa da General Electric (GE), conhecida como Crottonville, a primeira do mundo, fundada em 1956 em Nova York. Crotonville é considerada a segunda melhor universidade corporativa do mundo, segundo os rankings da Forbes e da Hay Group.

Marisa, que visitou a universidade da GE com alunos da USP, disse que a finalidade básica de um Sistema de Educação Corporativa é fomentar o desenvolvimento e a instalação das competências empresariais e humanas consideradas críticas para a viabilização das estratégias de negócios, de uma forma sistemática, estratégica e contínua. “Quanto mais complexos os negócios, maiores são os desafios e os públicos a serem atingidos e atendidos”. Em seguida, a professora abordou a atuação da GE – uma corporação com mais de 300 mil funcionários e presente em mais de 100 países – e os avanços que a multinacional tem obtido na educação dos seus empregados.

Segundo a professora, o engajamento das lideranças da instituição é um fator crítico de sucesso. Ela afirmou ainda que o sistema surgiu para garantir vínculos estratégicos dos funcionários com as instituições em que trabalham. Reforçando a importância de empresas e instituições investirem continuamente em educação, Marisa fechou sua participação com uma frase do terceiro presidente dos Estados Unidos, Thomas Jefferson: “Eu acredito demais na sorte. E tenho constatado que, quanto mais duro eu trabalho, mais sorte eu tenho”.

O gerente-geral de RH da Universidade Petrobras (UP), José Alberto Bucheb, detalhou o funcionamento de toda a cadeia produtiva da indústria do petróleo, conhecida no setor como “do poço ao posto” – embora a definição, segundo ele, mereça atualizações como “do poço ao poste” (tendo em vista as usinas termelétricas) e “do poço à cozinha” (já que a empresa também produz gás). Bucheb disse que toda essa cadeia produtiva passa também pelos cursos da UP. Mas há um desafio grande à frente: superar o gap de gerações.

“A partir de 2018 enfrentaremos, na empresa, um cenário de mudança etária. Muitos profissionais que estão em postos de liderança vão se aposentar a nova geração ainda é numericamente pequena, já que no início da década de 1990 a empresa passou alguns anos sem fazer contratações. Isso começou a mudar no ano 2000”, afirmou o gerente-geral, lamentando que a empresa só possa contratar por concurso, sendo proibida por lei de fazer contratações no mercado.

De acordo com Bucheb, a educação corporativa é centrada no core business de uma empresa, naquela característica mais forte. “É a continuidade da educação formal, que não tem como garantir todo o conhecimento que o funcionário necessita ao desenvolver seu trabalho. Na UP geramos conhecimento por meio de pesquisa, com foco na inteligência coletiva e na solução de negócios”, observou. Os cursos da Universidade Petrobras se dão tanto de maneira presencial quanto por EAD e também por um sistema híbrido que reúne os dois formatos.

O último palestrante do painel foi o diretor de RH da Fiocruz, Juliano Lima. Ele afirmou que a Fundação está investindo na criação de uma Escola Corporativa, que terá como meta a cultura da aprendizagem contínua. “Assim conseguiremos aumentar o desempenho da instituição e instalar e firmar competências”. Ele disse que a Escola Corporativa contribuirá de forma especial para que a Fiocruz reforce o seu papel de Instituição Pública e Estratégica de Estado, valorizando ainda mais a sua atuação na redução das desigualdades nacionais, na consolidação do SUS e na elaboração de políticas de saúde.

Lima comentou também que a Escola Corporativa terá quatro grandes áreas: Projetos em Educação Corporativa, Consultoria Educacional, Gestão Acadêmica e Soluções Educacionais. Ele acrescentou que a Fundação já mantém um site com essa finalidade, o Portal do Campus Virtual da Saúde Pública (http://www.aulas.cvspbrasil.fiocruz.br). Tanto Lima quanto Bucheb encerraram suas participações projetando a mesma frase, do ex-reitor (1971-1991) da Universidade Harvard, Derek Bok: “Se você acha que a educação é cara, experimente a ignorância”.

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