Agência Fiocruz de Notícias

A 25ª edição do Fiocruz pra Você ofereceu gratuitamente, neste último sábado (18/8), as vacinas tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba) e de poliomielite para as crianças que passaram pelos campi de Manguinhos e do Institito de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos), na cidade do Rio de Janeiro, e no Palácio Itaboraí, em Petrópolis. Foram mais de 2.200 doses de imunizantes aplicadas em Manguinhos, 777 doses no campus de Farmanguinhos e 405 em Petrópolis. O evento integrou as ações do Dia D da Campanha Nacional de Vacinação do Ministério da Saúde (MS) e, na Fiocruz, contou com diversas atividades culturais e o oferecimento de serviços de saúde para os visitantes da festa da vacinação.    

"O sarampo não fazia mais parte da realidade de nosso país desde 2016, quando recebemos a Certificação de Eliminação do Sarampo nas Américas pela da Organização Pan-Americana de Saúde [Opas]. Isso faz com que as pessoas não vejam a ameaça da doença. Especialmente nesse momento, em que estamos vendo o aumento do número de casos de sarampo no Brasil, é muito importante conscientizarmos a população sobre a importância da vacinação. A vacina é um direito conquistado depois de muitos anos. Vacinar é um exercício de cidadania e um ato de amor, de proteção", esclareceu a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, durante a abertura do evento. "A Fiocruz está comprometida em fazer com que essa campanha de vacinação seja efetiva, reforçando essa mensagem em cada estado em que estamos presentes e nessa 25ª edição do Fiocruz Pra Você".

Este ano, um dos destaques da programação foi a inauguração do Programa Academia Carioca na Fiocruz. A proposta é ser um espaço mobilizador de promoção da saúde, centrada na inserção da atividade física regular nas unidades básicas de saúde. Resultado da parceria entre a iniciativa Teias Escola Manguinhos e a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, a Academia funcionará integrada ao Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria e vai atuar na região expandindo o conceito de promoção da saúde, com ênfase em atividades físicas, e ampliando a atenção à saúde como espaço inovador de práticas de cuidado, ensino e pesquisa na área programática que engloba o bairro.

"É uma alegria muito grande estar aqui e ver a inauguração da Academia Carioca nesse espaço. Queria agradecer muito à Secretaria Municipal de Saúde, por esse esforço conjunto com a Fiocruz, à Escola Nacional de Saúde Pública e ao Centro de Saúde, que é fundamental não só na assistência, mas também na promoção da saúde. Esse é um trabalho bem integrado ao ideal de saúde que colocamos aqui hoje nesse Fiocruz pra Você. Quero saudar especialmente o Conselho Gestor Intersetorial, representado aqui pela Patrícia Evangelhista, pelo papel fundamental de reunir o esforço de moradores, gestores da Fiocruz e profissionais da saúde", destacou Nísia. "A Fiocruz quer ser uma casa aberta e, para isso, ela tem que ser da sociedade, particularmente daquela parte da sociedade que vive tão perto de nós. Vivemos um momento difícil, em que estamos submetidos à questão da violência, da segurança. E não dá para falar de promoção da saúde, se não tivermos uma espaço para ter paz, se exercitar, de convívio. Então, a gente mostra aqui também que a comunidade precisa desse tipo de espaço. Vai ser muito bom ver esse trabalho diariamente aqui e ver esse campus cada vez mais integrado à nossa cidade. Que esse espaço possa ser de integração entre moradores e trabalhadores".

Durante a inauguração, Patrícia Evangelista também comentou: "Houve um esforço conjunto por mais uma forma de promoção da saúde na região. A população cobrava e insistia por ter logo esse equipamento em uso. E a gente viu o por que, né? A gente conta com isso e agradece mais essa oportunidade". Também presente na ocasião, a superintendente de Promoção da Saúde da Secretaria Municipal de Saúde, Junia Cardoso, complementou: "Espaços de integração social são espaços de promoção da saúde. Sabemos que a atividade física regular ajuda a prevenir muitas doenças, mas isso vem junto com o convívio social".

Atividades culturais e de saúde 

A defesa de um sistema público de saúde da população brasileira e voltado para esta foi o mote das ações do Espaço Cooperação Social deste ano no Fiocruz Pra Você. Com o lema O SUS é nosso, os projetos apresentaram ações de informação acerca dos riscos de desmonte do Sistema Único de Saúde (SUS), da fragilização da Estratégia Saúde da Família e dos Agentes Comunitários de Saúde, e sobre os planos populares de saúde. Na atividade Colcha de Retalhos, o público foi instigado a deixar escrito em pedaços de pano por que achavam que o sistema público de saúde deveria ser defendido. Ao longo do evento, 13 costureiras das favelas de Manguinhos alinhavaram os recortes e formaram uma colcha.

Informações sobre a diversidade de serviços previstos e garantidos sistema de saúde, suas políticas, os níveis da atenção, e serviços desconhecidos a boa parte da população fizeram parte dos Guarda-Chuvas do SUS que ficaram disponíveis ao público no cenário para selfies #OSUSéNosso. As fotos foram publicadas no Instagram da Fiocruz e do Museu da Vida, além das contas dos próprios frequentadores. Esse ano, participaram do Espaço Cooperação Social, a Agência de Comunicação Comunitária de Manguinhos, Biblioteca Casa Viva, Comissão dos Agentes Comunitários de Manguinhos (Comacs), Coletivo Recriando Manguinhos, CVI-Rio, Organização Mulheres de Atitude, Oficina Portinari, e projeto Marias – Como posso ajudar meu filho especial?. (foto: Cooperação Social da Fiocruz)

A higienização correta das mãos e a importância dos exercícios físicos e de uma alimentação correta foram alguns dos tempos abordados nos estandes do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). Crianças e pais aprenderam um pouco mais sobre várias doenças, como o sarampo, esporotricose, malária e as hepatites virais, por meio de brincadeiras e atividades lúdicas, como desenhos, jogos, pinturas, massinha de modelar e quebra-cabeça. Um quiz virtual testava os conhecimentos dos visitantes sobre as hepatites A e E, com perguntas sobre a prevenção, a transmissão e o tratamento das doenças. Testes rápidos das hepatites B e C foram realizados no local. 

No espaço Ciência na Estrada: educação e cidadania, montado ao lado do Parque da Ciência, crianças e adultos tiveram mais informações sobre o ciclo e proliferação do Aedes aegypti e de como se proteger de infecções e parasitoses, como a esquistossomose. A importância do descarte correto do lixo foi outra atividade que chamou a atenção dos participantes, como a jovem Manuela Silva, de 12 anos. “O lixo, quando jogado em locais errados, como terrenos baldios, pode atrair muitos bichos e doenças. O lugar do lixo é na lixeira”, disse. 

A Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS) aproveitou a ocasião para divulgar atividades de promoção à saúde, como a 9ª edição do curso de Saúde Comunitária, que busca formar pessoas em temas atuais de saúde para que possa atuar como multiplicadores em seus territórios. Um verme feito com garrafas pet buscava conscientizar crianças e adultos da importância do tratamento da água para prevenção de doenças e tecnologias sociais de saneamento de baixo custo para o tratamento e filtragem da água estavam em exposição, em uma ação conjunta com a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz). 

A importância da preservação da água também foi o tema do trabalho dos alunos do ensino médio Juan e Marcos Felipe. Eles são bolsistas do programa de Jovens Talentos de Ciências da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e vieram de Miracema, no Noroeste Fluminense, com outros 30 colegas para apresentar suas pesquisas desenvolvidas na região. Os jovens monitoram a qualidade da água do Ribeirão Santo Antônio, que cruza a cidade, e o impacto da poluição nos peixes.

Um quebra-cabeça buscava conscientizar os participantes sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. A partir da escolha de um objetivo prioritário, o jogador deveria conectar os outros objetivos, entendendo na prática como eles estão interligados. O método também é utilizado com grupos de adultos para o Diagnóstico Rápido Participativo (DRP), que permite entender comunidades de forma rápida a partir do olhar dos próprios moradores.