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07/05/2007

Cigarrinhas verdes tornam-se comuns no Rio de Janeiro

Renata Fontoura


A súbita invasão aos lares cariocas por um pequeno inseto verde, com aproximadamente três milímetros de comprimento, causou preocupação na população. O "penetra" faz parte da família Cicadellidae, que está entre as dez maiores ordens em número de insetos: são 21 mil espécies descritas. Identificados popularmente como “cigarrinhas”, estes insetos são atraídos pela luz e não representam nenhum perigo à saúde humana. Como uma espécie cosmopolita, pode ser encontrada no mundo todo, incluindo a diversa fauna brasileira.


 Conhecidos como cigarrinhas, esses insetos são atraídos pela luz e encontrados em todo o mundo

Conhecidos como cigarrinhas, esses insetos são atraídos pela luz e encontrados em todo o mundo


“Não é possível apontar uma única causa para explicar o aumento da incidência populacional desses insetos durante as últimas semanas. A diminuição dos predadores, questões climáticas e o aumento da reprodução são alguns dos possíveis fatores”, esclarece o entomologista Márcio Félix, pesquisador do Laboratório de Biodiversidade Entomológica do Instituto Oswaldo Cruz (IOC) da Fiocruz. Segundo o especialista, a longa estiagem que castiga a região Sudeste nos últimos meses é um aspecto que também deve ser levado em conta. “A situação atual pode ter reduzido o tempo de vida dos insetos na fase imatura, acelerando o seu desenvolvimento e fazendo com que muitos indivíduos tenham chegado à fase adulta mais cedo”, complementa.


Apesar de não serem hematófagos, ou seja, não sugarem sangue, os visitantes indesejáveis podem causar desconforto em pessoas mais sensíveis. “Picadas leves e muito acidentais podem acontecer, já que estes insetos se alimentam de seiva e têm o hábito de picar. Além disso, possuem cerdas nas patas que em contato com a pele podem ser confundidas com uma picada”, Márcio avalia.  O pesquisador garante que a grande quantidade de insetos é o maior inconveniente em relação ao problema. “Não há relatos de que sejam vetores de alguma patologia para os seres humanos”, conclui.

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