Estima-se em 3 milhões o número de crianças e adolescentes de até 15 anos vivendo com HIV no mundo. Nesse contexto, destaca-se a necessidade de investir na área de educação sexual. Pesquisadoras do Departamento de Ciências da Educação da Universidade de Aveiro, em Portugal, realizaram um estudo com 800 professores formados e em formação universitária em Portugal e no Brasil. Por meio da aplicação de questionários, os objetivos eram avaliar e comparar seus conhecimentos e atitudes em relação ao HIV/Aids. Os resultados mostram que esses indivíduos têm dificuldades sobre a temática e podem ter atitudes influenciadas por conhecimentos inadequados e idéias preconceituosas.
O trabalho será apresentado no Rio de Janeiro durante o 2º Congresso da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) sobre DST/Aids, promovido pela Fiocruz de 14 a 17 de abril. De acordo com as autoras, Graziela Raupp Pereira e Anabela Sousa Pereira, os brasileiros revelaram um maior conhecimento em relação ao HIV/Aids. Contudo, a situação ainda está longe do ideal em ambos os países investigados. “Mesmo os sujeitos do Brasil, que demonstraram um grau mais elevado de conhecimento em relação ao grupo de Portugal, acertaram, em média, apenas 50% das questões referidas na escala sobre conhecimentos”, diz artigo assinado pelas autoras já submetido à IASK International Conference Teaching and Learning 2008.
Outro dado apurado por Graziela e Anabela chama a atenção: menos de 2% dos participantes da pesquisa tinham participado de cursos sobre educação sexual e doenças sexualmente transmissíveis nos últimos três anos. Contudo, mais de 90% deles apoiavam a inclusão da educação sobre Aids no currículo das escolas. Segundo as autoras, os resultados do estudo apontam “a urgente necessidade de uma maior contribuição da sociedade, particularmente da educação, na prevenção da Aids”.