Em 15 de julho foi publicada a chamada pública da Rede de Atenção a Pessoas Afetadas pela Violência de Estado (Raave) voltada para mães de vítimas de violência de Estado. O edital irá distribuir 100 bolsas de R$ 700 mensais por um ano para as mães selecionadas como pesquisadoras do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), no Programa de Pós-Graduação em Teoria Psicanalítica. As inscrições estão abertas até 22 de julho. A Fiocruz apoia a rede por meio da Coordenação de Cooperação Social.
A Raave é fruto de uma articulação entre a Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, através de sua Ouvidoria e de sua equipe psicossocial, com instituições de defesa dos direitos humanos, movimentos sociais de favelas e 12 grupos clínico-políticos que promovem atenção psicossocial através de atendimentos individuais e coletivos e outras atividades com pessoas afetadas pela violência de Estado. Acesse o formulário de inscrição para o processo seletivo e o edital completo.
São objetivos da Rede: contribuir para o aperfeiçoamento das políticas públicas de saúde psicossocial de famílias afetadas pela violência no Estado do Rio de Janeiro; formar, capacitar e fortalecer as redes de acolhimento psicossocial de familiares de vítimas da violência de Estado; formular e fortalecer políticas públicas de saúde mental e incorporar os movimentos de mães e familiares na formulação das políticas públicas de Memória, Verdade, Justiça e Reparação. O programa reconhece o papel dos movimentos de mães e familiares na identificação, acolhimento, encaminhamento e formulação política para atendimento de pessoas em sofrimento psicossocial agudo causado pela ação armada de agentes públicos nos territórios periféricos. Outros objetivos da pesquisa é a realização de um mapeamento das dificuldades de acesso às Redes de Atenção Psicossocial e de Assistência Social, produção de múltiplos espaços e meios de contribuição da Raave para o debate público nacional acerca do desenvolvimento de políticas de saúde mental para pessoas afetadas pela violência de Estado, entre outros.
Podem realizar a inscrição mulheres (cis ou trans) maiores de 18 anos, residentes no Estado do Rio de Janeiro, que sejam mães de vítimas da violência letal de agentes públicos. A pesquisa tem como estratégia a implantação de uma política pública vinculada ao Sistema Único de Saúde (SUS) e ao Sistema Único de Assistência Social (Suas), fortalecendo o acesso à Justiça para casos de pessoas que sofreram e sofrem agravo em Saúde Mental por terem tido um familiar vitimado por ação letal de agentes públicos.