27/09/2021
José Gadelha (Fiocruz Rondônia)
Dando continuidade ao monitoramento do atual cenário de Covid-19 em Rondônia, a Fiocruz Rondônia divulga o resultado do sequenciamento genético do vírus Sars-CoV-2, realizado com amostras referentes ao mês de agosto. De 73 amostras recolhidas, 35 foram caracterizadas como variante Delta (B.1.617.2), o que representa 47,94% das amostras analisadas. O estudo comprovou ainda que 38 amostras foram caracterizadas como P.1 e subvariantes (52,5%), e 22 amostras como exclusivamente P.1 (58%).
Ao todo, 16 municípios de Rondônia participaram do estudo (foto: José Gadelha, Fiocruz Rondônia)
Ao todo, 16 municípios de Rondônia participaram do estudo e, dentre os fatores que chamam a atenção, os pesquisadores destacam que oito pacientes, já com o ciclo vacinal completo (duas doses, ou dose única), foram diagnosticados com a variante Delta. Outro fator também observado é a faixa etária. Na maioria dos casos em que houve diagnóstico positivo para a variante Delta, o paciente tem idade entre 20 e 45 anos. Dos oito pacientes com o esquema vacinal concluído e que contraíram a variante Delta, apenas três têm idades abaixo de 50 anos.
Deusilene Vieira, pesquisadora em Saúde Pública e chefe do Laboratório de Virologia Molecular da Fiocruz Rondônia, esclarece que as informações sobre os pacientes sequenciados foram obtidas em baco de dados como o e-SUS e GAL (Ministério da Saúde). Para o registro de dados sobre vacinação, foram consideradas informações mais próximas da data de coleta da amostra biológica. Segundo ela, “com a técnica utilizada é possível amplificar o genoma completo do vírus, assim conseguimos identificar as variantes e as mutações presentes em cada amostra, além disso, com o resultado do sequenciamento, é possível uma melhor visualização do atual cenário da pandemia em Rondônia, subsidiando os gestores em saúde com informações seguras sobre a evolução e o comportamento do vírus em nossa região”.
Todo esse trabalho de sequenciamento genético do vírus Sars-CoV-2 é feito em colaboração com o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), a Rede de Vigilância Genômica da Fiocruz e o Instituto Leônidas e Maria Deane (Fiocruz Amazônia).