Crianças com sobrepeso têm tratamento com alimentos funcionais

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Com o objetivo de oferecer tratamento precoce contra a obesidade e, dessa forma, evitar que crianças com sobrepeso cheguem à vida adulta com perfil de risco para doenças crônicas, a nutricionista Lúcia Rodrigues -- aluna de doutorado da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp) da Fiocruz -- realiza um trabalho de intervenção com meninos e meninas acima do peso ideal. O público alvo são crianças de dois a 14 anos que tenham, pelo menos, uma doença relacionada à obesidade, como hipertensão, diabetes e colesterol, entre outras. O atendimento é feito de segunda a sexta-feira no Hospital Universitário Graffrée Guinle, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio).



O tratamento é feito com base em alimentos funcionais -- que, além das funções nutricionais básicas, quando consumidos como parte da dieta usual, produzem efeitos metabólicos e/ou fisiológicos benéficos à saúde. “Nossa hipótese é de que a intervenção nutricional baseada na qualidade da dieta, aliada ao uso de alimentos funcionais, melhora o perfil de risco desses pacientes para doenças crônicas na vida adulta”, diz Lúcia, mestre em saúde da criança. “Um leve sobrepeso já pode indicar um fator de risco”, completa a nutricionista, reforçando a importância de um tratamento precoce.



Lúcia explica que o tratamento é baseado em dois tipos de alimentos funcionais. “Cada grupo de crianças é submetido a um tratamento. Mais de 50 crianças já participaram do projeto, porém, para concluir a pesquisa, ainda precisamos de cerca de 150”, comenta. Os resultados obtidos na pesquisa serão utilizados na tese de doutorado da nutricionista, cujo título é O efeito dos nutracêuticos no tratamento de crianças com características para síndrome metabólica. As crianças que chegam para o tratamento passam por uma triagem e fazem exame de sangue, verificação de pressão arterial e glicose, entre outros testes.



Além dos exames, também é realizada uma entrevista com a família do participante. "É preciso ter envolvimento. A criança e a família têm que querer estar ali", destaca Lúcia. Os pacientes aprovados na triagem fazem um tratamento contínuo com os alimentos funcionais durante seis semanas. Os responsáveis recebem uma cartilha com o roteiro de acompanhamento que deve ser feito em casa, com detalhes como o que a criança pode comer e a quantidade, o que pode ser substituído, quais alimentos são indicados e quais são contra-indicados, entre outras informações. A pesquisa está sendo realizada há dois anos e tem duas vertentes, uma com adulto e outra com crianças.



Os interessados devem procurar a pesquisadora Lúcia, de segunda a sexta-feira, na sala da Nutrição do Ambulatório de Pediatria do Hospital Universitário Graffrée Guinle. O endereço é Rua Mariz e Barros, 775, Tijuca.