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01/07/2015

Curso da Fiocruz Amazonas é eleito pela OMS uma das 25 iniciativas inovadoras em saúde

Nathane Dovale / Ascom Fiocruz Amazonas


O Curso de Formação Técnica dos Agentes Indígenas de Saúde do Alto Rio Negro, desenvolvido pelo Instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazonas) em parceria com a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), foi selecionado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma das 25 iniciativas inovadoras em saúde no mundo. A Fiocruz Amazonas é a única representante do Brasil em meio a outras de 24 países da América do Sul, Ásia e África, e foi selecionada dentre 180 experiências.

Coordenado pela vice-diretora de Ensino da Fiocruz Amazonas, Maria Luiza Garnelo, o curso teve como objetivo elevar a formação escolar dos Agentes Indígenas de Saúde (AIS), permitindo ainda sua formação profissional. Com seis anos de projeto, 139 AIS conquistaram o certificado de conclusão do ensino médio e de técnico em saúde. Além da Fiocruz Amazonas e da EPSJV, o curso teve parceria com a Secretaria de Estado de Educação do Amazonas (Seduc/AM), da Federação das Organizações Indígenas do Alto Rio Negro, da Prefeitura de São Gabriel da Cachoeira, e do Conselho Distrital (DSEIRN).  

Segundo o pesquisador da Fiocruz Amazonas e professor no projeto, Sully Sampaio, o curso chegou em um momento em que era necessário igualar a formação dos AIS na região, visto que antes do projeto aproximadamente 70% dos alunos não possuíam formação no Ensino Fundamental e 30% possuíam o Ensino Médio. Além disso, segundo ele, a formação dos AIS é importante para produção de informações da comunidade, como, por exemplo, o controle de malária e dengue na área.

“Precisávamos nivelar o ensino fundamental e médio para começar a formação técnica. A grande inovação deste curso é que foi uma iniciativa pioneira no País que possibilitou tanto o aumento da escolaridade quanto a formação profissional. Então todos eles saíram como técnicos em AIS. Se você for pensar o curso, com a logística pesada, que eles precisam sair de sua comunidade, ficar longe de casa, seis anos de formação, é uma conquista muito grande”, disse Sully.

O projeto foi realizado em três etapas de formação com 3.240 horas/aula e abrangeu cinco polos: Alto Rio Negro, Baixo Içana e Xié; Médio e Alto Rio Içana, Aiari e Cuiari; Baixo Rio Waupés e Tiquié; Alto e Médio Waupés, Iauretê e Papuri; Rio Negro abaixo, Curicuriari e Estrada. Os módulos foram divididos em teóricos e práticos que abordaram temas referentes a cultura, território, cuidado, política e informação, comunicação e planejamento em saúde.

Para o diretor da Fiocruz Amazonas, Sérgio Luiz Bessa Luz, participar desta seleção é um reconhecimento ao trabalho de pesquisa e formação da instituição. “É um motivo de orgulho para nós estarmos entre as 25 melhores iniciativas mundiais de saúde. Isto nos dar cada vez mais autonomia para continuarmos trabalhando nossos projetos na Amazônia”, disse.

Em setembro, uma comissão da OMS vai visitar o polo onde o projeto foi aplicado. As 25 iniciativas participarão, em dezembro deste ano, em Genebra, da apresentação dos trabalhos aos formuladores de políticas internacionais, governos e financiadores. As iniciativas participam também, em 2016, do primeiro Global Health Innovators Fellowship Programme, na Universidade de Oxford, na Inglaterra e da Universidade da Cidade do Cabo, na África do Sul.

Inovação Social na Iniciativa de Saúde

A Inovação Social na Iniciativa de Saúde é uma colaboração da Universidade da Cidade do Cabo e da Universidade de Oxford, com apoio técnico e financeiro do Programa Especial para Pesquisa e Treinamento em Doenças Tropicais (TDR) da OMS. O projeto busca identificar soluções inovadoras que se apresentado impactantes na melhoria da prestação de cuidados de saúde; promover uma melhor compreensão de soluções de saúde; e apoiar os inovadores de saúde a crescer e expandir seus trabalhos em diferentes contextos e regiões. 

Em 2015, o Inovação Social na Iniciativa de Saúde traz como foco a necessidade premente de pessoas afetadas por doenças tropicais negligenciadas e doenças infecciosas, como malária e tuberculose. A comissão de avaliadores dos projetos foi formada por diretores de Ministérios da Saúde na África do Sul, presidentes de associações de escolas de saúde pública, fundadores de associações de saúde e professores e reitores de universidades da África, Ásia e América do Sul.

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