Avaliar, sob a ótica dos professores de escolas públicas do ensino fundamental e médio da cidade de Cajazeiras (PB), a representação social da sexualidade e como são percebidos a responsabilidade e o envolvimento do educador na prevenção das DST/Aids: este foi o objetivo de um estudo realizado pela enfermeira Sandra Almeida, da Faculdade Santa Maria. Os resultados da pesquisa serão apresentados em um painel durante o 2º Congresso da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) sobre DST/Aids, promovido pela Fiocruz, no Rio de Janeiro, de 14 a 17 de abril.
“Embora, de modo geral, os professores entendam sexo e sexualidade como sinônimos, percebe-se que, quando se fala de ou sobre sexo, os mesmos ficam constrangidos, porém, quando se aborda o tema sexualidade, ficam um pouco mais à vontade”, conta Sandra. Segundo a pesquisadora, essa dificuldade interna dos professores em abordar a temática poderia comprometer ou prejudicar a atuação da escola. “O tema sexualidade deveria ser abordado de forma transversal, ou seja, em todas as matérias ofertadas pelos professores e não somente em disciplinas ligadas diretamente à saúde, como biologia e ciências”, defende.
Para Sandra, é fundamental orientar os jovens sobre sexo seguro, prevenção das DST/Aids, valorização do corpo e das emoções etc. “No entanto, nota-se que os professores, de acordo com seus próprios discursos, também foram educados de forma repressora em sua sexualidade, o que dificulta e até mesmo impede uma abordagem mais atual e aberta sobre essas questões”.