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11/11/2005

Doenças infecciosas em foco

Catarina Chagas






Algumas das mais importantes doenças infecciosas foram tema de apresentações orais na programação da 9a Jornada Científica de Pós-Graduação e da 13a Reunião Anual de Iniciação Científica da Fundação Oswaldo Cruz. Nesta quarta-feira (09/11), alunos de iniciação científica, mestrado e doutorado da Fiocruz expuseram seus trabalhos à avaliação dos debatedores convidados, pertencentes a diversas unidades da instituição - Cynthia Silveira Horn, do Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas (Ipec), José Paulo Gagliardi Leite, do Instituto Oswaldo Cruz (IOC) e Patrícia Sampaio Tavares Veras, do Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz (CPqGM).

O bolsista de iniciação científica Francisco André Marques de Oliveira Cariri, do Departamento de Microbiologia do CPqGM, iniciou a sessão com seu trabalho de caracterização molecular dos genes associados à patogenecidade de cepas do Vibrio cholerae, bactéria causadora da cólera. Seu estudo consistiu na análise de 15 cepas isoladas de casos humanos brasileiros cuja produção da toxina colérica não foi detectada pelos testes convencionais. No entanto, oito delas apresentaram os genes de virulência do V. cholerae 01 - principal agente etiológico das epidemias da doença.


Em seguida, o também graduando Leonardo Sabóia Vahia Matilde, bolsista do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular do IOC, falou sobre a caracterização molecular do Trichomonas vaginalis, protozoário causador da trichomoníase urogenital humana, doença sexualmente transmissível que atinge cerca de 180 milhões de pessoas por ano em todo o mundo. A pesquisa incluiu, ainda, a comparação do perfil protéico de cepas de T. vaginalis cultivadas na ausência e na presença de ferro, cuja conclusão foi de que a substância exerce importante papel regulador na expressão de proteínas.


Já o doutorando José Henrique Pilotto, do Ipec, expôs seu estudo sobre o perfil de resistência genotípica do vírus HIV-1, causador da Aids, aos medicamentos anti-retrovirais em 35 gestantes infectadas pelo HIV. "A mutabilidade do vírus leva à seleção de variantes virais com resistência aos medicamentos", explicou. Até agora, o grau de resistência observado é relativamente pequeno, mas novos casos ainda serão avaliados até a conclusão do trabalho.


Resistência a medicamentos também foi o tema da apresentação da mestranda Luciana Lobianco Ferreira, do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS). A pesquisadora estudou cepas da bactéria Pseudomonas aeruginosa, relacionada a infecções hospitalares, isoladas de hospitais públicos do Rio de Janeiro e verificou que 82,7% das amostras eram resistentes a diversos antimicrobianos utilizados para combatê-las. "Certamente essa situação resulta do uso indiscriminado de antibióticos", afirmou.


Por fim, a doutoranda Rosane Magda Brandão Teles, do IOC, apresentou sua tese sobre o envolvimento das metaloproteinases de matriz na inflamação e lesão tecidual na hanseníase e o também doutorando Paulo Cesar Basta, da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP), falou sobre a tuberculose entre o povo indígena Suruí de Rondônia.

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